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Israel alerta para escalada de ataques em várias frentes impulsionada pelo Irão

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O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, advertiu hoje que o seu país enfrentará uma escalada de ataques em várias frentes, num futuro próximo, impulsionada pelo Irão.

"É o fim da era dos conflitos circunscritos. Estamos perante uma nova era de segurança na qual pode haver uma ameaça real em várias frentes ao mesmo tempo", reconheceu Gallant, numa conferência de imprensa.

O ministro referia-se à nova situação de segurança que Israel enfrenta, depois de, há duas semanas, milícias pró-palestinianas terem lançado 'rockets' em território israelita, não só a partir de Gaza, mas também do Líbano e da Síria.

Ao mesmo tempo, a região enfrenta uma vaga de ações de novas milícias na Cisjordânia ocupada, que no mês passado realizaram ataques quase diariamente.

Os disparos a partir de Gaza são comuns sempre que o clima de tensão com os palestinianos aumenta, como aconteceu com as investidas policiais dentro da mesquita de Al-Aqsa.

A mesquita de Al-Aqsa situa-se na Esplanada das Mesquitas, terceiro lugar santo do Islão em Jerusalém Oriental, setor palestiniano da cidade santa ocupada e anexada por Israel.

"O Irão é a força motriz na convergência de todas estas componentes. É o Irão que transfere recursos, ideologia, conhecimento e treino para os seus representantes", denunciou Gallant, referindo-se aos grupos islâmicos palestinianos Hamas ou a Jihad Islâmica, bem como ao grupo xiita libanês Hezbollah e a outros grupos de milícias iranianas na região, especialmente na Síria.

De acordo com Gallant, o Irão financia o Hezbollah com avultadas somas anuais, além de fornecer "conhecimento e armamento estratégico", como munições guiadas de precisão.

O Hamas - que controla a Faixa de Gaza e que Israel culpa por esses ataques - é financiado também pelo Irão, enquanto a Jihad Islâmica - que também tem um reduto no enclave - recebe fundos de dezenas de milhões de dólares, segundo o ministro israelita.

Gallant também repetiu a preocupação com a ameaça nuclear que constitui o Irão.

"O Irão está mais perto do que nunca de alcançar capacidade nuclear militar. Perante essa ameaça, devemos agir de duas maneiras: através de ação militar ou através de uma ameaça militar credível", disse o ministro.

Israel tem pressionado para que os Estados Unidos preparem planos militares de contingência para impedir que Teerão obtenha armas nucleares, uma possibilidade que o Presidente norte-americano, Joe Biden, não descarta.

Gallant informou que Israel continuará a bombardear a estrutura militar que o Irão tem vindo a construir na Síria há vários anos, operações que o Estado hebreu raramente confirma.

De acordo com meios de comunicação social sírios, Israel realizou pelo menos quatro ataques aéreos na Síria no mês passado, danificando o aeroporto de Damasco e matando dois consultores militares da Guarda Revolucionária Islâmica do Irão.