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Ministra alemã assegura unidade europeia em relação à China

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A chefe da diplomacia alemã, Annalena Baerbock, assegurou hoje que a União Europeia (UE) está unida em relação à China, após declarações do Presidente francês, Emmanuel Macron, terem causado polémica.

"Não só temos uma posição comum, mas quando partilhamos um mercado comum, não podemos ter posições diferentes em relação ao maior parceiro comercial da UE", disse Baerbock na cidade chinesa de Tianjin, no início de uma visita de dois dias à China.

No regresso de uma viagem a Pequim, Macron defendeu que a Europa não dever alinhar-se com os Estados Unidos ou a China no caso de uma disputa entre as duas potências sobre Taiwan.

"O pior que pode acontecer é que os europeus acreditem que têm de se tornar seguidores e adaptar-se ao ritmo americano e às reações exageradas da China", disse Macron ao jornal Les Echoes, numa entrevista divulgada no domingo.

Já na quarta-feira, em Amesterdão, Macron insistiu que "ser aliado [dos Estados Unidos] não significa ser vassalo", assumindo as declarações polémicas que fez sobre Taiwan.

Pequim considera Taiwan como uma província rebelde desde o fim da guerra civil chinesa em 1949, que ainda não conseguiu reunificar com o resto do território da China.

A ilha, atualmente com 23 milhões de habitantes, vive autonomamente desde então, mas a China reclama a soberania e ameaça tomá-la pela força se declarar a independência.

Os Estados Unidos são o principal aliado e fornecedor de armas de Taiwan.

As declarações de Macron suscitaram críticas na Europa e nos Estados Unidos, numa altura em que Washington garante a segurança europeia ao apoiar a Ucrânia e sabendo-se que um conflito sobre Taiwan terá repercussões para os europeus.

O ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, criticou hoje o que considerou ser uma "declaração lamentável" de Macron ao ser questionado sobre o assunto pela emissora pública alemã ZDF durante uma visita ao Mali.

"Nunca estivemos em perigo de ser ou de nos tornarmos um vassalo dos Estados Unidos", acrescentou, citado pela AFP.

Depois da China, Baerbock vai visitar a Coreia do Sul no fim de semana, a que segue o Japão, onde vai participar, entre 16 e 18, na reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros do G7, o grupo das sete economias mais desenvolvidas.

O Japão exerce atualmente a presidência rotativa do G7, de que fazem parte também, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, além da Alemanha.

A União Europeia (UE) também participa no G7.