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O Futebol Profissional: Marítimo e Nacional, que futuro?

Na iminência da finalização dos respetivos campeonatos profissionais de futebol, tendo em vista a próxima época desportiva, os clubes têm sido confrontados com o surgimento da possibilidade de investidores nas Sociedades Anónimas Desportivas. Contudo, tal apenas será uma realidade brevemente caso os sócios dos referentes clubes assim o entenderem. É importante referir que o contexto obriga à procura das alternativas financeiras. Será o “upgrade” para melhores desempenhos nos capítulos financeiro e desportivo? O tempo e as ações dos intervenientes di-lo-ão.

Antes de aceitar ou rejeitar a entrada de investidores nas SAD´s, é vital explicar aos sócios as condições e que tipo de investidores é que são pretendidos, caso contrário dificilmente haverá consenso. A hipotética injeção de capital e a afetividade não podem interferir com a racionalidade dos dirigentes desportivos. Na verdade, segundo os estatutos, os sócios, uma vez mais, são soberanos na hora da decisão.

Nos dias de hoje, o futebol europeu é caracterizado por um ambiente de supra investimento no qual as equipas competem cada vez mais com base no seu poder de compra. Isto significa o aumento exponencial dos salários dos jogadores, dos valores de transferências, que muitas das vezes superarem as receitas. Igualmente, tendem a aprimorar e/ou a construir instalações desportivas. Se olharmos para os denominados tubarões europeus, vemos que exigem cada vez mais e maiores recursos financeiros para se manterem competitivos, com implicações aos mais diversos níveis, que não cabe aqui dilucidar.

Nenhum clube profissional vive dos fundos públicos, mas este cenário não pode desculpabilizar a carência da capacidade de valorização dos plantéis e a atração de grandes patrocinadores, isto quando as prestações desportivas não facilitam as alusivas alavancagens necessárias. Automaticamente, não se verificando esse desiderato, verifica-se o desequilíbrio das contas e a necessidade de novos “músculos financeiros”. As conjunturas desportivas, atuais e futuras, exigem a modernização dos recursos tangíveis e intangíveis.

Em conclusão, particularmente as últimas cinco épocas demonstram a perda de competitividade dos clubes madeirenses no futebol profissional. É vital procurar alternativas financeiras, de forma a tornar as respetivas entidades mais competitivas desportivamente e equilibradas financeiramente. Julgo que a lealdade dos sócios torna um clube mais propenso a ofertas. Apesar disso, é obrigatório impor determinadas condições a eventuais investidores. Uma das premissas a salvaguardar é o clube deter a maioria das ações da SAD, adotando assim medidas de proteção de Identidade e Vivacidade! Tendo como premissas o que aqui é defendido, auguro aos nossos dois clubes mais representativos, o Marítimo e o Nacional, com potencialidades diferenciadas, é certo e sabido, um futuro sustentado, para bem do Desporto Regional e, por que não dizê-lo, da própria Região Autónoma.