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EUA admitem abater balão espião chinês e espaço aéreo foi restringido em três aeroportos

FOTO NELL REDMOND/EPA
FOTO NELL REDMOND/EPA

Fontes governamentais dos EUA admitiram hoje a possibilidade de abater o alegado balão espião chinês que está a sobrevoar o país e o tráfego aéreo já foi restringido em pelo menos três aeroportos.

Entretanto, o Presidente norte-americano, Joe Biden, afirmou estar a "tratar" do assunto, sem confirmar qual será a medida assumida pelos EUA. "Vamos tratar disso", limitou-se a dizer quando questionado pelos jornalistas sobre a possibilidade de as autoridades norte-americanas poderem vir a abater o balão chinês, que Washington admite ser um engenho de vigilância.

Contudo, uma fonte militar citada pela agência noticiosa Associated Press (AP) disse que o Governo norte-americano tem em cima da mesa a opção de derrubar o balão logo que este se encontre sobre o Oceano Atlântico, para onde se está a dirigir. Biden tem discutido com as autoridades militares as possíveis opções para esta questão, desde que o balão foi avistado pela primeira vez a sobrevoar os Estados Unidos da América (EUA), na passada terça-feira.

Entretanto, as autoridades dos EUA anunciaram restrições ao espaço aéreo na costa da Carolina do Norte, por onde o balão deve passar, antes de se dirigir para o Oceano Atlântico. O tráfego aéreo foi suspenso em três aeroportos na Carolina do Norte e na Carolina dos Sul, como medida de "segurança nacional", disse hoje o órgão regulador da aviação civil americana (FAA).

A agência federal de Administração Oceânica e Atmosférica (NOAA, na sigla em inglês) informou hoje que o balão acabará por sair do país pela costa leste nas próximas horas, enquanto o Governo chinês continua a insistir que a presença do balão sobre o território norte-americano se deve a um acidente, alegando que se trata de um dispositivo de investigação civil. De acordo com as previsões da NOAA, o balão sobrevoará os estados de Kentucky e Tennessee nas próximas horas, antes de seguir para a costa da Carolina do Norte e voar para o Atlântico.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da China atribuiu a situação a um evento de "força maior", admitindo que ele obrigou a um sistema de "contactos e comunicação constantes" entre os dois países, acordado em comum pelos Presidentes, Joe Biden e Xi Jinping, para esclarecer qualquer tipo de mal-entendido. "Esta situação foi completamente inesperada, mas os factos são muito claros. Trata-se de um dispositivo civil para fins meteorológicos", insistiu de novo um porta-voz da diplomacia chinesa, nas últimas horas. Este porta-voz acrescentou que o aparelho foi afetado pelas correntes geradas pelos ventos de oeste das zonas centrais do planeta e que, "pelo facto de a sua capacidade de manobra ser muito limitada, acabou por se desviar muito da sua trajetória prevista". "A China sempre agiu em estrita conformidade com o Direito Internacional e respeita a soberania e integridade territorial de todos os países. Não temos intenção de violar e nunca violamos o território ou espaço aéreo de qualquer país soberano", garantiu a diplomacia chinesa.