Madeira

Há nómadas digitais “com contrato de dois anos” para o novo espaço de coworking

Por mês um nómada digital gasta, em média, cerca de 1800 euros, segundo estudo da Secretaria de Economia

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Com capacidade para acolher “entre 50 a 60 pessoas”, o Sangha Working Place, projecto iniciado em Dezembro último e que surge da requalificação da antiga sala de eventos do Hotel Buganvília, transformando-a em ambiente cowork para trabalhadores remotos e startups locais, está actualmente com “quase 50% de ocupação”.

Tiago Quintas, administrador do grupo Dorisol e responsável pelo projecto, não revela o valor do investimento, por entender que essa pergunta “é tabu”, mas adianta que já tem nómadas digitais “com contrato de dois anos” para usufruir do Sangha Working Place. Ressalva contudo que é grande a variabilidade quanto ao tempo de permanência destas pessoas que trabalham remotamente, porque há “pessoas que ficam uma semana e um dia até”, compara.

Integrado numa unidade hoteleira o Cowork Sangha, aberto há menos de dois meses, tem a mais valia de oferecer várias vantagens úteis aos nómadas digitais. Tiago Quintas, além de assegurar que a preocupação “não é o retorno imediato”, está confiante “que terá retorno no longo prazo”, razão para admitir novos investimentos dentro do grupo hoteleiro que administra. “Correndo bem o projecto, eventualmente expandir noutras vertentes”, afirmou.

Justifica esta aposta por reconhecer que “a pandemia veio alterar um pouco as dinâmicas do que são o trabalho” e porque importa “responder à necessidade da flexibilidade do mercado e dos locais de trabalho”.

Não tem dúvidas que os nómadas digitais “são uma mais-valia para a Região”. Porque estando cá localizados, além do trabalho que geram, trazem dividendos directos no alojamento e na restauração. “Tudo é lucro para a Região, fora o impacto indirecto de virem novas pessoas, abrirem novas oportunidades”, ou seja, “tudo isso é lucro” sublinha o responsável hoteleiro.

O presidente do Governo Regional elogiou a aposta do jovem empresário.

“Fez muito bem em aproveitar esta maré, ou este ecossistema, que nós criamos aqui na Madeira de acolhimento dos nómadas digitais”, tendo em conta as potencialidades e o mercado “alargadíssimo” que é gerado por “esta forma moderna de se trabalhar”.

No espaço da outrora discoteca Louva a Deus, agora convertido em espaço multiusos onde se insere uma cozinha totalmente equipada, Miguel Albuquerque destacou as funcionalidades que são oferecidas pelo Sangha Working Place, ao concluir que o mesmo “corresponde na verdade a aquilo que os trabalhadores digitais necessitam” com a vantagem de estar “acoplado a uma infra-estrutura hoteleira com todas as valências de oferta”.

Também presente na visita, o secretário Regional da Economia, Rui Barreto, revelou, entretanto, que em média, cada trabalhador nómada digital, derrama na economia regional cerca de 1.800 euros por mês. Valor apurado num estudo recente.