A Guerra País

Marcelo prevê "período decisivo" até ao Outono para a guerra na Ucrânia

None

O Presidente da República antecipou hoje que os próximos meses vão ser "um período decisivo" para a guerra na Ucrânia, com os dois intervenientes a procurarem chegar ao outono numa posição de força.

Em declarações aos jornalistas no Picadeiro Real, em Lisboa, pouco depois de ter recebido a Força Operacional Conjunta (FOCON) que esteve em missão na Turquia, Marcelo Rebelo de Sousa foi questionado sobre o primeiro ano de guerra na Ucrânia, que começou em 24 de fevereiro de 2022.

O chefe de Estado antecipou que as próximas semanas vão ser um "período decisivo" no conflito, porque "recomeça o degelo", o que vai possibilitar "o combate clássico no terreno, nomeadamente com carros de combate".

"Aquilo que se vai passar é saber se a Ucrânia consegue - como vai tentar, com todos os meios - recuperar aquilo que perdeu a partir da invasão há um ano, e a Federação Russa manter aquilo que ocupou ao longo do último ano", previu.

O Presidente da República reforçou que os próximos meses vão ser "decisivos", salientando que tanto a Rússia como a Ucrânia querem chegar ao momento, no "fim do verão, outono", de "medir as posições no terreno e ver se está ou mais forte ou se está mais fraca" e perceber "qual é o espaço que tem para uma guerra mais longa ou se está já em condições de poder aceitar um caminho para a paz".

"Neste momento, vai jogar-se tudo nos próximos meses", salientou.

Questionado se espera pelo menos mais seis meses de guerra, o chefe de Estado respondeu: "Vão ser longos meses sem dúvida e vão ser meses muito importantes por que os dois têm muito a ganhar e têm muito a perder".

"A Ucrânia vai ser apoiada fortemente pela NATO, pelos Estados Unidos e pela Europa e a Federação Russa está a tentar ao menos um apoio de princípio maior da República Popular da China", antecipou.

Marcelo Rebelo de Sousa afirmou ainda que esta semana tem tido "dias muito intensos", com a "visita histórica" do Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, a Kiev e com o "discurso sobre o estado da Nação" do líder da Rússia, Vladimir Putin.

Segundo a análise do Presidente da República, cada qual esgrimiu "os seus argumentos fortes", com Biden a reforçar que irá estar ao lado da Ucrânia "o tempo que for necessário" e Putin a tomar a "atitude possível que tinha, que é desvincular a Rússia do tratado de controlo de armamento nuclear".

"Não quer dizer que [Putin] vá utilizar o armamento nuclear, era um argumento que tinha à mão para mostrar a sua reação à posição forte do Presidente norte-americano", considerou.

Sobre a postura de Portugal perante o conflito, Marcelo recordou que o país decidiu enviar os carros de combate Leopard 2 para a Ucrânia, vai participar na formação de militares ucranianos e "fornecer mais munições".

"Aquilo que pode fornecer, e que está em condições de dar no quadro da NATO, Portugal está a fazê-lo. Agora a NATO, como sabe, está a evitar intervir no teatro das operações", recordou Marcelo.