A Guerra Mundo

Putin quer que "traidores" sejam perseguidos e levados à Justiça

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Foto EPA

O Presidente russo, Vladimir Putin, defendeu hoje que "os traidores" da Rússia devem ser perseguidos e levados à Justiça, num apelo a que seja aumentada a repressão aos opositores do Kremlin e do conflito na Ucrânia.

"Aqueles que optaram por trair a Rússia devem ser responsabilizados perante a lei", afirmou Putin, durante o discurso sobre o Estado da Nação que está a fazer hoje de manhã, três dias antes de se assinalar o primeiro aniversário da invasão russa à Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022.

Garantindo que o objetivo não é fazer uma "caça às bruxas", o Presidente russo considerou que as vozes críticas da presidência e da guerra devem ser enfrentar detenções e pesadas sentenças de prisão.

O longo discurso, que já dura há mais de uma hora e meia, é o primeiro do género que Putin faz em quase dois anos.

Durante a intervenção feita no parlamento, Vladimir Putin garantiu também que serão introduzidas tecnologias mais modernas na produção de armas e exortou os fabricantes de armamento a garantir a sua "produção em massa".

"Vamos introduzir ativamente tecnologias mais avançadas que garantirão o aumento do potencial qualitativo do Exército e da Marinha", afirmou o chefe do Kremlin, acrescentando que os protótipos que já existem nos vários braços das Forças Armadas "excedem os seus análogos estrangeiros".

Segundo Putin, o nível do equipamento das forças russas relativamente a armas nucleares modernas, é 91% superior ao do Ocidente.

"Temos um plano de desenvolvimento das Forças Armadas e os nossos passos futuros devem ser baseados na experiência real de combate, que não tem preço", acrescentou.

O Kremlin não permitiu que meios de comunicação social de países considerados como "inimigos" obtivessem acreditação para fazer a cobertura mediática do discurso.

O dia escolhido para o discurso coincide com a data em que Vladimir Putin assinou o reconhecimento da independência das repúblicas separatistas de Lugansk e de Donetsk, na região do Donbass (leste ucraniano).

Nesse mesmo dia, 21 de fevereiro de 2022, Putin ordenou a mobilização do Exército russo para "manutenção da paz" nos territórios separatistas pró-russos no leste da Ucrânia, um prelúdio para o início da ofensiva militar contra a Ucrânia que aconteceria poucos dias depois.