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Pelo menos dois mortos e cinco feridos após atropelamento em Jerusalém

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Um condutor atropelou hoje várias pessoas numa paragem de autocarros no leste de Jerusalém, provocando dois mortos, incluindo uma criança de 6 anos, e cinco feridos antes de ser morto por um agente de segurança, anunciou a polícia israelita.

O atropelamento, que está a ser investigado como um possível ataque, ocorreu numa paragem de autocarros em Ramot, num colonato judaico no leste de Jerusalém.

As tensões aumentaram na metade oriental de Jerusalém após um ataque a tiro realizado por palestinianos em 27 de janeiro, que matou sete pessoas, o atentado mais mortal em Jerusalém em mais de uma década.

O serviço de emergência israelita identificou os dois mortos como um rapaz de 6 anos e um jovem de 20 anos.

A fonte acrescentou que os médicos estavam a tratar cinco feridos, incluindo uma criança de 5 anos em estado crítico, que foi submetida a manobras de reanimação. Os outros feridos estavam inconscientes e em estado grave.

A polícia israelita disse que um agente que estava fora do seu horário de trabalho atirou e matou o condutor envolvido no atropelamento.

Não foram divulgadas informações sobre a identidade do presumível atacante.

Os movimentos radicais islâmicos palestinianos Hamas, no poder na Faixa de Gaza desde 2007, e Jihad Islâmica elogiaram este alegado ataque, mas, até ao momento, não reivindicaram qualquer responsabilidade sobre o sucedido.

Imagens já divulgadas do local mostraram polícias e paramédicos em redor de um veículo azul destruído junto de uma paragem de autocarros. Nas mesmas imagens, relatadas pelas agências internacionais, são visíveis vários corpos ensanguentados espalhados no chão.

Israel reivindica a posse de toda a Jerusalém, incluindo os bairros capturados na Guerra dos Seis Dias (1967), como sua capital indivisa. Por sua vez, os palestinianos reivindicam Jerusalém Oriental, incluindo o Monte do Templo e a Cidade Velha, como a capital de um futuro Estado.

As hostilidades aumentaram no leste de Jerusalém e na Cisjordânia desde que Israel intensificou os ataques no território ocupado na primavera passada, após uma série de ataques palestinianos dentro do território israelita.

Quase 150 palestinianos foram mortos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental em 2022, tornando-se o ano mais mortal nesses territórios desde 2004, de acordo com o principal grupo de direitos humanos israelita B'Tselem.

No ano passado, 30 pessoas foram mortas em ataques palestinianos contra israelitas.

No ano em curso, 43 palestinianos já foram mortos, de acordo com um levantamento realizado pela agência de notícias Associated Press (AP).

O novo Governo israelita formado por partidos de direita e extrema-direita, liderado por Benjamin Netanyahu, acusou o Governo anterior de inação diante de uma vaga mortal de ataques palestinianos no ano passado, levantando questões sobre a sua postura em relação aos palestinianos neste momento de tensão elevada.