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Autoridades francesas estimam que 1,27 milhões protestaram contra reforma das pensões

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As autoridades francesas, citadas pela AP, estimam em cerca de 1,27 milhões o número de pessoas que participaram ontem nos protestos a nível nacional contra as reformas das pensões planeadas pelo governo.

Numa vitória dos sindicatos que lutam contra o aumento previsto da idade da reforma, o número excede o estimado um milhão que participou numa primeira ronda de protestos no dia 19.

Os oito sindicatos que organizaram os protestos anunciaram mais dois dias de ação, a 7 e 11 de fevereiro.

"Face à rejeição maciça, o Governo deve retirar a reforma", disse Patricia Drevon, do sindicato "Force Ouvrière".

O poderoso sindicato CGT afirmou que 2,8 milhões de manifestantes marcaram presença nas manifestações de hoje.

As greves e protestos a nível nacional são um teste crucial tanto para o Presidente Emmanuel Macron como para os seus opositores. O Governo diz estar determinado em fazer passar a promessa eleitoral chave de Macron de reformar o sistema de pensões francês. E um forte protesto popular reforçaria os esforços dos sindicatos e dos legisladores de esquerda para bloquear o projeto de lei, que aumentará a idade da reforma de 62 para 64 anos.

Em Paris os sindicatos franceses estimam que mais de 500 mil pessoas estiveram hoje na marcha que partiu da Place d'Italie até aos Invalides, no centro da capital, um número contestado pelas autoridades, que representaria um aumento de 100 mil pessoas face ao protesto do dia 19 de janeiro.

Noutras cidades, o movimento de contestação também deu sinais de fortalecimento após a primeira jornada de protesto. Em Marselha, Nantes ou Bordéus, mais pessoas saíram esta terça-feira à rua, mantendo-se ameaças de greve nos próximos meses.

Escolas, transportes, hospitais, mas também refinarias e instalações elétricas estiveram hoje a meio-gás. Os sindicatos estimam que apenas um em dois professores tenha ido trabalhar, enquanto o Governo contrapõe que só 25% fizeram greve. Cerca de 42 liceus foram mesmo fechados pelos alunos que também se opõem a esta reforma.

Os sindicatos continuam unidos neste protesto com a CGT e CFDT, as duas maiores centrais sindicais francesas, a baterem-se contra a proposta.

Até março, a proposta poderá ser alvo de alterações, cabendo agora ao Governo e aos deputados da maioria de Emmanuel Macron convencerem a direita tradicional, "Os Republicanos", para negociar a aprovação desta reforma que vai mudar a duração da vida contributiva de todos os franceses.