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Ministro Smotrich critica negociações e pede "eliminação" de líderes do Hamas

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Foto Jaafar ASHTIYEH / AFP

O ministro das Finanças de Israel, o extremista de direita Bezalel Smotrich, rejeitou hoje uma eventual negociação para uma trégua com o Hamas, após informações sobre contactos incluindo responsáveis israelitas para garantir uma pausa nos combates em Gaza.

Smotrich rejeitou liminarmente uma hipotética trégua com o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) após especulações sobre uma autorização fornecida a David Barnea, o chefe da Mossad (serviços secretos israelitas), para se envolver nas negociações.

"O gabinete de guerra deveria enviar o chefe do Mossad para eliminar os líderes do Hamas onde quer que estejam, e não para falar com eles nem promover negociações", disse Smotrich, que está presente no gabinete de segurança, mas não no gabinete de guerra, formado após os ataques da milícia palestiniana em 07 de outubro.

As declarações de Smotrich, líder do Partido Sionista Religioso, foram criticadas pelo Likud, a formação do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que considerou "triste" que o responsável das Finanças tenha emitido opinião "sobre coisas que não têm fundamento", negando desta forma que Barnea tenha sido indigitado para negociar as negociações dos reféns.

"O primeiro-ministro Netanyahu já ordenou à Mossad que elimine os líderes do Hamas onde quer que estejam, da mesma forma que ordenou ao ministro das Finanças que disponibilize fundos que cheguem aos cidadãos, às empresas, aos soldados e aos reservistas", reagiu o partido Likud em comunicado, citado pelo diário The Times of Israel.

As supostas divergências no Executivo ocorrem quando o líder do braço político do Hamas, Ismail Haniyeh, se deslocou ao Egito para abordar um possível acordo com Israel sobre uma trégua humanitária que implique a libertação de reféns sequestrados nos ataques de 07 de outubro, em troca de prisioneiros palestinianos detidos nas prisões israelitas.

O Presidente de Israel, Isaac Herzog, admitiu estas negociações no início da semana e afirmou que o país está preparado para uma nova trégua com o Hamas semelhante à registada no final de novembro -- em vigor durante uma semana.

Herzog disse, contudo, que a responsabilidade para alcançar futuros acordos cabe ao grupo islamita palestiniano.

A recente guerra entre Israel e o Hamas foi desencadeada após um ataque sem precedentes do movimento islamita palestiniano em território israelita em 07 de outubro.

No total, 1.140 pessoas, na maioria civis, foram mortas nesse dia, segundo uma contagem da agência noticiosa AFP a partir dos últimos números oficiais israelitas. Cerca de 240 civis e militares foram sequestrados, com Israel a indicar que 127 permanecem em Gaza.

Em represália, Israel, que prometeu destruir o movimento islamita, bombardeia desde 07 de outubro a Faixa de Gaza, onde segundo o governo local do Hamas já foram mortas cerca de 19.670 pessoas, na maioria civis.

Desde 07 de outubro, mais de 280 palestinianos também já foram mortos pelo Exército israelita e por ataques de colonos na Cisjordânia e Jerusalém leste, ocupados pelo Estado judaico.

As autoridades israelitas indicaram hoje que o seu Exército perdeu 134 homens desde o início da ofensiva terrestre na Faixa de Gaza, em 27 de outubro.