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Programa Alimentar da ONU pede acesso humanitário às zonas de guerra

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O Programa Alimentar Mundial (PAM) apelou hoje para um "acesso humanitário seguro e desimpedido às zonas afetadas" pelo conflito que eclodiu sábado após um ataque surpresa do grupo islâmico Hamas e Israel, noticiou a agência EFE.

Esta agência das Nações Unidas (ONU) apelou assim "a todas as partes para que respeitem os princípios do direito humanitário e tomem todas as medidas necessárias para salvaguardar a vida e o bem-estar dos civis, incluindo o acesso a alimentos".

O governo israelita anunciou hoje que nos primeiros dois dias de combates com o grupo palestiniano foram mortas mais de 600 pessoas, mais de 2.000 ficaram feridas e mais de 100 foram feitas prisioneiras no ataque lançado a partir da Faixa de Gaza, enquanto subiu para 370 o número de mortos em Gaza.

O PAM "está profundamente preocupado com a rápida deterioração da situação em Israel e no Estado da Palestina e com o impacto deste conflito nas populações afetadas", declarou a organização, em comunicado.

"À medida que o conflito se intensifica, os civis, incluindo as crianças e as famílias vulneráveis, enfrentam dificuldades crescentes no acesso ao abastecimento alimentar essencial, com as redes de distribuição de alimentos interrompidas e a produção de alimentos gravemente prejudicada pelas hostilidades", alertou ainda o PAM.

O PAM garantiu que está preparado para "responder rapidamente com reservas alimentares para as pessoas deslocadas ou em abrigos, quando a situação o permitir, e para retomar a sua assistência alimentar regular e as transferências de dinheiro para as pessoas vulneráveis".

Embora saliente que a maioria das lojas nas zonas afetadas da Palestina "tem atualmente um mês de reservas alimentares, estas correm o risco de se esgotar rapidamente, uma vez que as pessoas fazem compras de alimentos com medo de um conflito prolongado".

Por outro lado, o PAM assinala que "os frequentes cortes de eletricidade acarretam a ameaça de deterioração dos alimentos".

A organização diz que tem acompanhado de perto a disponibilidade e os preços dos alimentos e outros produtos numa rede de 300 lojas locais e que está a trabalhar em estreita colaboração com as padarias da região para fornecer pão fresco e apoiar a economia da zona.

O PAM, que serve cerca de 350 mil palestinianos por mês e assiste quase um milhão juntamente com outros parceiros humanitários, sublinha que a presente guerra se seguiu a "um corte devastador na assistência a 60% dos beneficiários da ajuda alimentar do PAM desde junho de 2023, devido à escassez de financiamento, que deixou apenas 150 mil pessoas a receber rações reduzidas".

O grupo islâmico Hamas lançou no sábado um ataque surpresa contra o território israelita, sob o nome de operação "Tempestade al-Aqsa", com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados por terra, mar e ar.

Em resposta ao ataque surpresa, Israel bombardeou a partir do ar várias instalações do Hamas na Faixa de Gaza, numa operação que baptizou como "Espadas de Ferro".