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Madeira

Morador do Seixal usou forno solar para cozinhar refeição

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Batatas da Barbiça e um naco de carne, água e sal q.b. Levar ao lume… ou melhor, ao pôr ao sol... e esperar que coza. Aparentemente nada de anormal não fosse o ‘cozinheiro’, um morador da freguesia do Seixal, um defensor das boas práticas ambientais, tivesse utilizado um forno solar para cozinhar a comida no Norte da ilha, em pleno mês de Outubro, o que, para si, torna ainda mais “espantoso” e ao mesmo tempo, diria, “preocupante”.

“Comprei-o em França”, começa por revelar onde foi que adquiriu o electrodoméstico ainda entre sorrisos de satisfação e também de incredulidade por ter visto a panela ferver em poucos minutos: “Não queria acreditar quando vi a água chegar aos 210 graus celsius”, recorda a façanha de hoje mostrando-nos a fotografia e onde estava o relógio com o registo.

Lá dentro as batatas da Barbiça com casca. “A carne foi depois, grelhada”, explica como foi a refeição que de algum modo o deixa ainda mais atónito com as alterações climáticas que se fazem sentir também na Madeira.

“Quem me conhece sabe que eu sou defensor das tradições, da preservação dos costumes, da cultura madeirense e da salvaguarda do património ambiental daí que tivesse comprado um forno solar para ver a sua funcionalidade, mas o que mais me surpreendeu em tudo isto - porque sei que se usa fornos deste género em África, por exemplo - foi vê-lo a chegar a esta temperatura em poucos minutos aqui, no Seixal, ainda por cima num mês que supostamente deveria já estar frio”, resume a experiência impactante que teve.

“Estou abismado mas não deixo de ficar alarmado com estas manifestações da natureza que devem ser tomadas verdadeiramente como avisos, caso contrário as futuras gerações vão sofrer consequências gravosas”, acentua ao sentimento com uma mensagem de alerta.

As temperaturas no Norte da ilha atingiram picos na casa dos 30 e 32º graus, segundo relatos de populares. 

Para comprovar a sua experiência artesanal de hoje, o João da Eira, o vizinho, só teve teve de fazer o mais fácil: puxar a cadeira e colocar os pés debaixo da mesa, comer e aproveitar toda a vista da costa norte que se estende do Seixal até à Ponta Delgada. Ao Francisco, o amigo que incentivou a comprar o forno, fica a “prova de garantia” de que o forno funciona mesmo.