Madeira

PCP defende valorização de 10% para todos os salários

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Numa iniciativa política promovida pelo PCP, o deputado Ricardo Lume considera que é possível garantir em 2023 o “aumento de 10% de salário para todos os trabalhadores com uma valorização mínima garantida de 100 euros”.

Devido ao aumento dos preços nos bens alimentares, na energia e principalmente na habitação, é fácil constatar que os aumentos “anémicos” dos salários ficam muito à quem das necessidades dos trabalhadores, mas também aquém da possibilidade das entidades patronais aumentarem os salários pois têm a presentado lucros astronómicos. Ricardo Lume, deputado PCP.

Junto ao Largo do Phelps, na Rua Fernão Ornelas, Ricardo Lume disse ainda que “o salário real dos trabalhadores na nossa Região estão efectivamente a diminuir”.

O salário mínimo a praticar na Região mesmo com a actualização aprovada ontem no Parlamento Regional para os €785, não dá resposta às necessidades mais básicas de um trabalhador e da sua família. Ricardo Lume, deputado PCP.

O deputado deu ainda o exemplo das rendas e dos valores de despesas como a água, electricidade, telecomunicaçãoes e supermercado: “Para alugar um T1 no Funchal a renda ascende aos €700, a conta da água, da luz e das telecomunicações vão aumentar em 2023 na ordem dos 7%, no supermercado a escalada dos preços dos bens alimentares é diária, cada vez mais é difícil um trabalhador fazer face às suas despesas mensais com o seu salário”.

Dando sequência à campanha ‘Mais Força aos Trabalhadores’, realizada no âmbito da preparação do XI Congresso Regional do PCP, que acontece nos próximos dias 25 e 26 de Fevereiro, o PCP desenvolveu uma jornada de contacto com trabalhadores de diversos sectores para afirmar a necessidade da valorização geral dos salários.

Tanto na administração e no sector públicos, como em inúmeras atividades e empresas do sector privado, como já é evidente no sector da hotelaria e no sector da construção civil, sectores em plena expansão, boa parte dos níveis salariais foi absorvida pelo salário mínimo ou está muito próximo do seu valor. E mesmo em carreiras profissionais longas ou nalgumas chefias pouco se distanciam da retribuição mínima.  Ricardo Lume, deputado PCP.

Abordou ainda a taxa de inflação que este ano o Banco de Portugal prevê que "possa atingir os 5,8%”.

Não é aceitável que apesar do crescimento económico, apesar do aumento da produtividade dos trabalhadores os salários continuem a ser de miséria. Ricardo Lume, deputado PCP.

“A perpetuação do modelo de baixos salários, de resto em contradição com os níveis crescentes de escolarização e qualificação dos trabalhadores, que atinge de forma particular os jovens, constitui um fator de bloqueio ao desenvolvimento económico e social”, lê-se no comunicado enviado pelo partido esta tarde.

A concluir, Ricardo Lume explica que “não é aceitável que na nossa Região milhares de pessoas empobreçam mesmo a trabalhar, não é aceitável que mão-de-obra qualificada tenha um salário equivalente ao salário mínimo”.