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Costa recusa ter sentido responsabilidade acrescida após mensagem de Marcelo

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Foto Lusa

O primeiro-ministro recusou hoje sentir responsabilidade acrescida após o Presidente da República ter dirigido uma série de avisos ao seu executivo e defendeu que as mudanças no Governo não têm consequências na vida dos portugueses.

No domingo, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, advertiu que só o Governo e a sua maioria "podem enfraquecer ou esvaziar" a estabilidade política existente em Portugal, considerando que a maioria absoluta dá ao executivo "responsabilidade absoluta".

Perante os jornalistas, em conferência de imprensa, o primeiro-ministro começou por pegar em outro ponto da mensagem de Ano Novo de Marcelo Rebelo de Sousa.

"Como disse [no domingo] o senhor Presidente da República, 2023 é um ano decisivo para o nosso futuro. Não há aqui nenhum compasso de espera, mas, pelo contrário, há uma continuidade normal ao nível da ação política", declarou António Costa em conferência de imprensa, numa alusão tanto ao teor da mensagem de Ano Novo do chefe de Estado, como à escolha dos novos ministros das Infraestruturas e da Habitação.

Quanto à mensagem de Ano Novo do Presidente da Republica, o primeiro-ministro salientou a sua concordância em relação ao caráter "decisivo"do ano que agora se inicia, mas recusou "ter sentido responsabilidade acrescida" em relação ao cumprimento do seu mandato na sequencia dos avisos e alertas transmitidos por Marcelo Rebelo de Sousa.

"O Presidente da República enfatizou aquilo que todos temos consciência: A confiança que os portugueses depositaram no PS e em mim próprio é obviamente uma grande responsabilidade -- aliás, como eu disse na própria noite das eleições. Depois, o momento que estamos a viver, com guerra na Europa e uma inflação que não se registava há 30 anos, é muitíssimo exigente", apontou.

Por isso, de acordo com António Costa, "a responsabilidade de governar neste momento é, de facto, pesada".

"Ninguém que é primeiro-ministro pode ter receio das responsabilidades e deve assumir essas responsabilidades. É isso que faço. Foi isso que fiz quando foi preciso estabilizar o sistema financeira e tirar Portugal do procedimento por défice excessivo. Foi isso que fiz quando se enfrentou a pandemia da covid-19 e é isso que faço agora para enfrentar esta situação de guerra na Europa e de inflação", acrescentou, numa alusão aos sete anos de mandato como primeiro-ministro.

Sobre as sucessivas mudanças no seu Governo, António Costa admitiu que têm consequência ao nível da sua equipa, mas sustentou a tese de que não afetam a vida dos portugueses.

"Nenhum desses problemas, felizmente, teve consequências na vida dos portugueses. Tiveram no funcionamento do Governo, mas nenhum na vida dos portugueses", acentuou.