País

"2023 pode ser o ano decisivo até 2026"

Marcelo faz sétima mensagem ao país como Presidente

"É tempo de voltar a sonhar", disse.
"É tempo de voltar a sonhar", disse.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, fez hoje a sua habitual mensagem de Ano Novo, num momento de crise política após três demissões no Governo de maioria absoluta do PS.

Numa mensagem transmitida em directo pela RTP3, Marcelo Rebelo de Sousa disse que "2023 pode ser o ano decisivo até 2026", afirmando que este "tem de ser um ano ganho".

Esta é a sétima vez que Marcelo se dirige aos portugueses desde que foi eleito, em 2016, através de uma comunicação ao país pela televisão, apesar de estar no Brasil para assistir à posse do Presidente Lula da Silva.

Antes de partir para Brasília, na sexta-feira, Marcelo disse que não anteciparia as eleições, como pediam os partidos da direita, e defendeu que o Governo de António Costa deve governar.

"A dissolução é uma arma atómica de que dispõe o Presidente da República, não pode usar a arma atómica todos os anos, até por uma razão muito simples: imagine que usa a arma atómica e que o povo português confirma o partido no Governo, com maioria absoluta ou sem maioria absoluta. Já viu a posição em que deixava o Presidente da República? Não a vai utilizar para o ano ou para o ano seguinte, ou o ano seguinte", argumentou.

Por outro lado, a dissolução do parlamento significa três ou quatro meses de "paragem do país", apontou, assinalando que, com "a substituição de membros do Governo já há uma interrupção da vida política".

Só depois do regresso do Brasil o Presidente dará posse - na terça-feira ou na quarta-feira - aos governantes que deixaram o executivo na sequência da indemnização de meio milhão de euros paga pela TAP a Alexandra Reis para abandonar a administração da empresa, no início do ano, apesar de ter depois sido presidente da NAV e, em dezembro, escolhida para secretária de Estado do Tesouro.

O ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, demitiu-se na quarta-feira à noite para "assumir a responsabilidade política" do caso da indemnização à ex-secretária de Estado do Tesouro.

Esta foi a terceira demissão do Governo em dois dias, depois de Alexandra Reis e do secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Santos Mendes, que também se demitiu.

Na terça-feira, o ministro das Finanças, Fernando Medina, demitiu a secretária de Estado do Tesouro, menos de um mês depois de Alexandra Reis ter tomado posse e após quatro dias de polémica com a indemnização de 500 mil euros.

A decisão de indemnizar Alexandra Reis, noticiada pelo Correio da Manhã, foi criticada por toda a oposição e posta em causa até pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ao dizer que seria "bonito" prescindir da verba.