Madeira

Madeira atrai investidores porque tem "40 anos de estabilidade governativa" e evita "ziguezagues"

Foto Rui Silva/Aspress
Foto Rui Silva/Aspress

O presidente da Câmara Municipal do Funchal, Pedro Calado, considera que um dos principais factores que tem contribuído para a atracção de investimento para a Madeira tem sido a estabilidade governativa, pois garante confiança aos investidores e às empresas.

“O que temos de melhor na Região é a estabilidade governativa. Para mim é o primeiro ponto chave de quem quer investir. Ao longo dos últimos 40 anos nós garantimos estabilidade governativa. Mostra a quem quer investir que temos um rumo, não andamos aos zigue-zagues. A confiança é fundamental para quem investe, saber com quem vai dialogar, ter confiança política e administrativa”, declarou o autarca, na abertura da conferência ‘O Futuro do Investimento Directo Estrangeiro’, organizado esta manhã, no Savoy Palace, pela ‘Sérvulo & Associados’ e ‘Nuno Teixeira Advogados’.

Pedro Calado entende que “a estabilidade fiscal também é fundamental” para captar investidores, pois “não se pode dizer que a taxa de impostos vai ser ‘X’” e depois alterar. “Este para/arranca não é nada favorável a quem quer investir”, avançou, defendo que é preciso “dar confiança no sentido de que caminhamos para uma efectiva redução fiscal”.

Outro factor importante é ter “coordenação política” e “uma equipa que conheça os empresários, saiba o que são as empresas”, pois “colocar a governar quem nunca esteve nas empresas pode dar erro”.

O autarca afirmou que tem aplicado esta fórmula na CMF, porque era necessário “logo de início trazer a confiança para o município, com redução de carga fiscal”. Em dez meses foi eliminada a derrama municipal, feita a devolução do IRS às famílias, concedidos apoios directos às empresas e foram aumentados os apoios à natalidade e bolsas de estudo, bem como foi retomado o investimento público. Houve também medidas mais direccionadas ao investidor estrangeiro, sobretudo para a área da reabilitação urbana, com rapidez nas decisões, taxa mínima de 5% do IVA, isenções de taxas de IMI e IMT e taxas de ocupação da via pública.

Calado mostrou-se preocupado com o facto do país e da região estarem “a perder massa humana”. A Madeira perdeu cerca de 6% e no Funchal nasceram menos 7.500 pessoas nos últimos 10 anos. “Temos de por os canais económicos a funcionar e trazer mais pessoas. Numa Região pequena como nossa, é preciso políticas sociais para promover a natalidade e políticas económicas para atrair pessoas para trabalharem na Madeira”, comentou Pedro Calado, que apontou como bom exemplo a política de incentivo à fixação dos nómadas digitais.