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Directivas sobre eficiência energética e energias renováveis hoje aprovadas são insuficientes, diz associação Zero

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A associação ambientalista Zero considerou hoje que as duas diretivas hoje votadas pelo Parlamento Europeu sobre eficiência energética e energias renováveis são "um primeiro passo" mas "insuficientes para fazer face à crise climática".

As diretivas, considera a associação em comunicado, são "pouco ambiciosas e falham o acordo de Paris", sobre o clima.

O Parlamento Europeu (PE) votou hoje a favor de subir para 45% o consumo final bruto de energias renováveis na União Europeia em 2030, face aos atuais objetivos de 32% e em linha com a Comissão Europeia.

Os valores hoje aprovados pelos deputados estão acima dos 40% propostos pelos países da União Europeia (UE).

Igualmente como parte do pacote para reduzir as emissões de CO2 em 55% até 2030, os deputados do Parlamento Europeu também hoje defenderam (469 votos a favor, 93 contra e 82 abstenções) uma atualização da Diretiva de Eficiência Energética até 2030 para reduzir o consumo final de energia da UE em 40% até 2030 e o consumo primário em 41,5%, em comparação com os níveis de 2007.

"No caso da eficiência energética, notou-se um maior alinhamento de posições e algumas vitórias, mas as metas ainda estão aquém para cumprir o objetivo do Acordo de Paris", diz a associação.

E acrescenta: "O Parlamento Europeu dá o primeiro passo para limitar a Energia produzida a partir de Biomassa Florestal, mas marca passo na utilização de biocombustíveis a partir de culturas alimentares ao abrigo da Diretiva das Energias Renováveis".

Em resumo, a Zero manifesta-se preocupada com a falta de ambição das medidas hoje adotadas.

A associação defende como fundamental aprimorar a economia de energia por parte dos consumidores e aumentar a energia renovável em toda a Europa.

Na análise do que hoje foi votado em Estrasburgo a Zero diz que foi dado um primeiro passo no sentido da eliminação gradual da biomassa florestal primária da Diretiva das Energias Renováveis, mas manifestou-se "profundamente desapontada por não terem seguido a ciência e não terem deixado de incentivar totalmente a queima de árvores para obter energia".

No caso dos biocombustíveis a Zero lamenta que o Parlamento tivesse rejeitado a oportunidade de alterar a Diretiva das Energias Renováveis e acabar com a utilização de culturas alimentares para produzir biocombustíveis, mas regista como positivo que se tenha votado a favor do abandono gradual do uso dos óleos de soja e de palma.

Também hoje em Estrasburgo a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou a criação de um "novo banco europeu" para fomentar investimentos em projetos de hidrogénio na União Europeia (UE), orçado em três mil milhões de euros.

Tratou-se, segundo a Zero, de um "anuncio positivo" para tornar o hidrogénio competitivo.

Mas "é preciso assinalar que apenas o hidrogénio produzido a partir de fontes renováveis, o hidrogénio verde, nos permitirá alcançar as metas de descarbonização", alerta a Zero.

E acrescenta que é necessário salvaguardar que os investimentos sejam direcionados para a produção verde de hidrogénio, e que devem privilegiar-se projetos para os setores difíceis de eletrificar.