Madeira

Madeira mostra aos Açores gestão das áreas protegidas

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No âmbito da Cimeira Madeira-Açores, a decorrer desde segunda-feira, a secretária regional de Ambiente, Recursos Naturais e Alterações Climáticas, Susana Prada, orientou uma visita guiada à Área Protegida do Cabo Girão, dirigida ao seu homólogo açoriano, Alonso Teixeira Miguel.

Através de comunicado, a Secretaria Regional de Ambiente explica que o propósito da visita foi a de partilhar a experiência da Região na criação e gestão de áreas protegidas, em particular a do Cabo Girão que reúne três vertentes distintas: Parque Natural Marinho, Paisagem protegida e Monumento Natural.

A comitiva, composta ainda pelo presidente do Instituto de Florestas e Conservação da Natureza, Manuel Filipe, pelo director de Ordenamento do Território, Ilídio Sousa, e pelo vice-presidente da Câmara Municipal de Câmara de Lobos, Leonel Silva, desceu de teleférico até à fajã, onde pôde in loco explicar ao governante açoriano a política governativa seguida pela Madeira na área da conservação.

Sobre a área protegida do Cabo Girão

Esta área protegida do Cabo Girão, criada em 2017, engloba, na sua parte marinha, o Parque Natural Marinho do Cabo Girão, e na sua parte terrestre o Monumento Natural e a Paisagem Protegida do Cabo Girão.

A classificação do Parque Natural Marinho do Cabo Girão surge do reconhecimento da importância desta área para a manutenção dos serviços do ecossistema e do seu interesse para a investigação científica e da necessidade de regulação da atividade marítimo-turística e do acesso aos recursos genéticos e à bioprospecção.

O Monumento Natural do Cabo Girão pretende, acima de tudo, preservar a singularidade do património geológico e limitar as formas de exploração ou ocupação que possam alterar as características da arriba.

A classificação da Paisagem Protegida do Cabo Girão fundamenta-se na existência de socalcos tradicionais e respetivos muros de pedra aparelhada e no interesse cultural, histórico, educativo e natural da interação que ali se estabeleceu entre o ser humano e natureza, e visa, acima de tudo, adotar medidas de gestão e conservação que promovam a transmissão do património cultural e natural às gerações futuras.

Em 2021, a estratégia de gestão para aquela área foi materializada no Programa Especial do Cabo Girão, que trouxe ao panorama regional um novo conceito de gestão territorial, estabelecendo regimes de salvaguarda de recursos e valores naturais e um regime de gestão compatível com a utilização sustentável do território. Susana Prada, secretária regional do Ambiente

A governante referiu ainda que “esta estratégia preconizada pelo Governo Regional estimulou uma gestão, que envolve de forma convergente, dinâmica e interactiva, um leque diversificado de entidades publicas, privadas e da sociedade civil, que tem resultado na dinamização de um elevado número de iniciativas de divulgação, sensibilização e conservação”.

Governo fala em "excepcionalidade da paisagem do Cabo Girão"

Segundo a Secretária Regional do Ambiente e Alterações Climáticas, "a combinação única de características tem suscitado um crescente interesse pela Paisagem do Cabo Girão para o desenvolvimento de múltiplas actividades humanas, cuja compatibilização com a frágil estrutura natural, tem vindo a ser promovida através de uma gestão integrada que visa garantir a sua sustentabilidade".

A qualidade da paisagem, que é um elemento fundamental para a valorização e desenvolvimento sustentável do território e para qualidade de vida dos cidadãos, é uma forma de reconhecimento do trabalho de preservação da paisagem e um meio de remuneração dos serviços prestados pelos ecossistemas. Susana Prada, secretária regional do Ambiente

A Secretaria do Ambiente lembra que, pela primeira vez, desde a criação do Prémio Nacional da Paisagem em 2012, a Região Autónoma da Madeira apresentou, este ano, uma candidatura a este galardão que visa contribuir para a implementação da Convenção Europeia da Paisagem. Trata-se de uma distinção que reconhece a implementação de políticas ou medidas que contribuem para a protecção, gestão ou ordenamento da paisagem e promove a sensibilização da sociedade civil para a sua importância.