Madeira

Madeira e Açores unidos na negociação das quotas de pesca com Lisboa

Teófilo Cunha salientou empenho das Regiões Autónomas em manter os limites das quotas em próximas negociações

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As Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores estão unidas nos procedimentos a adoptar em relação às quotas de pesca e às reivindicações em futuras negociações junto das instâncias nacionais e europeias. 

Esta tarde, após uma visita à Lota do Funchal por parte dos presidentes de ambos os governos e respectivos secretários regionais com a pasta do Mar e Pescas,  integrada na Cimeira Insular que junta, no início desta semana, na Região, os Executivos dos dois arquipélagos, Teófilo Cunha apontou a 'luta' junto da Secretaria de Estados das Pescas para "não haver redução daquilo que temos neste momento".

Quer isto dizer que as reivindicações dos pescadores e armadores para o aumento das quantidades máximas de capturas permitidas não deverão ser atendidas. Pelo menos assim entende o secretário regional de Mar e Pescadas da Madeira, que, aos jornalistas, frisou que manter as quotas actualmente em vigor é o objectivo que une os dois governos insulares. "Para aumentar é preciso muito cuidado porque existe regras muito apertadas", disse Teófilo Cunha, embora deixasse claro que o processo ainda não está fechado. 

Incluídos nestas intenções está o atum-rabilho (100 + 100 toneladas), o atum-patudo (3 mil toneladas), o atum-voador (cerca de 2 mil toneladas) e o peixe-espada-preta (aproximadamente 3.200 toneladas). 

A Madeira e os Açores estão, também, unidos no que toca ao registo das quantidades pescadas, de modo a impor uma atitude mais activa junto das instâncias nacionais que fazem o controlo nestas áreas, nomeadamente a Direcção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DRGM), de modo a evitar que se os pescadores e armadores sejam surpreendidos, de forma repentina, com o atingir do limite de pesca permitido, sobretudo no que ao atum diz respeito.

"Queremos que Lisboa, quem controla e monitoriza, conforme recebe os dados dos Açores e da Madeira, nos dê os dados atempadamente e de forma a que nós não sejamos apanhados desprevenidos e ter de dizer ao pescador e ao armador 'a partir do dia x você não pode capturar", notou Teófilo Cunha. "Isso não pode voltar a acontecer", salienta, referindo-se do sucedido este ano.  

Entre a Madeira e os Açores passará a haver reporte "contínuo" das quantidades pescadas, de modo a que os dois arquipélagos possam exigir a Lisboa uma acção mais imediata e uma sincronização dos números. Falta agora haver uma maior sintonia entre as regiões autónomas e o organismos nacional que controla os limites de pesca. 

O governante madeirense deixou, ainda, a nota, de que ambos os governos querem estar representados no decurso das negociações com as instâncias nacionais e europeias, apontando, entre os argumentos, o facto de a Madeira e os Açores contribuírem para grande parte da domínio oceânico do país. "