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Chega elogia "duro golpe no comunismo" em voto de pesar entregue na AR

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O Chega vai apresentar no parlamento um voto de pesar pela morte de Mikhail Gorbachev, falecido na terça-feira, em que considera que o antigo líder da URSS deu um "duro golpe" no comunismo internacional e marcou a ordem mundial.

"A sua ação traduziu-se num duro golpe para o movimento comunista internacional, que perdeu, com as [...]reformas políticas, aquela que foi, a partir da revolução de outubro de 1917, a fonte de inspiração e o principal ponto de apoio desse movimento assente numa ideologia totalitária e opressora que apenas encontrou paralelo na Alemanha Nacional Nacionalista", lê-se no texto divulgado na noite de quarta-feira.

Para o Chega, o percurso de Gorbachev "marcou a Rússia, a Europa e o Mundo" porque, "mais do que palavras, o ex-líder produziu reformas extraordinárias que levaram ao fim da Guerra Fria, recorrendo sempre ao diálogo e à paz".

"Este Governante foi quem mais procurou melhorar as relações diplomáticas da União Soviética com o Ocidente, e com isso mudou o rumo da história", sublinha o partido da extrema-direita parlamentar portuguesa.

O partido liderado por André Ventura considera que Gorbachev revelou-se "sempre brilhante e trabalhador" e a sua política externa "marcou a ordem mundial", tendo desativado o conflito nuclear entre os Estados Unidos e a URSS, retirado as tropas soviéticas do Afeganistão e diminuído o controlo dos países satélites do Leste Europeu.

"Com isto, dezenas de milhares de presos políticos foram libertados, entre eles o cientista Andrei Sakharov. Em 1990 foi eleito o primeiro e o último presidente da União Soviética, pouco depois a União Soviética desapareceu, assim como o seu poder", lê-se ainda no texto do voto, que será submetido ao plenário após a reabertura dos trabalhos parlamentares em meados deste mês.

O antigo líder da União Soviética Mikhail Gorbachev morreu na terça-feira aos 91 anos, adiantaram as agências de notícias russas Tass, RIA Novosti e Interfax, que citaram o Hospital Clínico Central.

O gabinete de Gorbachev havia dito que o ex-chefe de Estado estava em tratamento no hospital, mas, até ao momento, não foram dados mais pormenores.

Como último líder da União Soviética, Mikhail Gorbachev travou uma batalha perdida para salvar um império fragilizado, mas produziu reformas extraordinárias que levaram ao fim da Guerra Fria.

O antigo secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética (PCUS), entre 1985 e 1991, desencadeou uma série de mudanças que resultaram no colapso do Estado soviético autoritário, na libertação das nações do Leste Europeu do domínio russo e no fim de décadas de confronto nuclear Leste-Oeste.

A Tass informou que o ex-chefe de Estado vai ser enterrado no cemitério Novodevichy, em Moscovo, ao lado da sua mulher.