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Coreia do Sul assina acordo de 2.200 ME com empresa nuclear russa

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A Coreia do Sul assinou um acordo de três biliões de wons (mais de 2.200 milhões de euros) com uma empresa estatal russa de energia nuclear, para fornecer componentes para a primeira central nuclear do Egito.

Conforme avança a agência de notícias AP, o Governo da Coreia do Sul anunciou hoje que o contrato entre a empresa estatal Korea Hydro and Nuclear Power e a russa ASE exige que os sul-coreanos forneçam equipamentos relacionados com as turbinas e trabalhos de construção para a central nuclear que está a ser construída em Dabaa, a cerca de 130 quilómetros do Cairo, na costa mediterrânea do Egito.

A ASE é uma subsidiária da Rosatom, um conglomerado nuclear russo detido pelo Estado.

O Presidente sul-coreano, Yoon Suk Yeol, fez saber, através de um assessor, que as negociações foram atrasadas por "variáveis inesperadas", principalmente a guerra da Rússia contra a Ucrânia e a campanha de sanções liderada pelos Estados Unidos (EUA) contra Moscovo.

O secretário de assuntos económicos de Yoon, Choi Sang-mok, disse que a Coreia do Sul informou antecipadamente os Estados Unidos sobre os planos de participar no projeto Dabaa e explicou que os aliados norte-americanos vão manter uma estreita consulta à medida que o trabalho avançar.

O responsável garantiu não haver possibilidade de que as tecnologias fornecidas pela Coreia do Sul ao projeto colidam com as sanções internacionais contra a Rússia.

"Qualquer tipo de problema pode ser enfrentado por várias incertezas, mas todas foram resolvidas, por isso é que conseguimos finalizar o acordo", disse Choi.

O gabinete de Yoon disse ainda que a participação no projeto Dabaa representa a maior exportação de tecnologia de energia nuclear do país desde 2009, altura em que um consórcio liderado pela Coreia do Sul ganhou um contrato de 20 mil milhões de dólares para construir reatores de energia nuclear nos Emirados Árabes Unidos.

Yoon, um conservador que assumiu o cargo em maio, prometeu aumentar as exportações sul-coreanas de tecnologia de energia nuclear, insistindo que as mesmas foram prejudicadas pelas políticas do seu antecessor liberal, Moon Jae-in, que procurou reduzir a dependência doméstica de energia nuclear.