Madeira

"Se o Governo faz o serviço com maior gasto, não é justo que nos peça para fazer por menos"

Provedora da Santa Casa da Misericórdia de Machico reclama actualização nos apoios proporcional aos aumentos

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A Provedora da Santa Casa da Misericórdia de Machico (SCMM) defende uma actualização proporcional nos apoios da Segurança Social em função dos constantes aumentos com os custos de funcionamento que todos os anos a instituição tem vindo a enfrentar. Com um passivo na ordem dos 2.9 milhões de euros (menos meio milhão de euros em relação à dívida herdada em 2017), Nélia Martins dá o exemplo do impacto resultante do aumento do salário mínimo numa instituição com mais de uma centena de colaboradores, acerto que implica pagar mais quase 60 mil euros só em remunerações.

“Não me parece que os apoios do Governo sejam proporcionais a esse crescimento”, denunciou a Provedora, referindo-se à actualização dos Acordos com o Instituto de Segurança Social “que infelizmente dependem do Governo Central”, lamentou, à margem da cerimónia, esta tarde, da entrega de donativo (duas camas articuladas) pela Associação do Corpo Consular na Região Autónoma da Madeira à SCMM.

Para continuar a assegurar uma instituição multifacetada “que apostou muito na qualidade e na manutenção dessa qualidade”, a Provedora defende a necessidade de se fazer uma análise séria sobre os critérios da avaliação. “Primeiro definir quais são os serviços essenciais para conferir condições à dignidade humana em fim de vida, que é esse o nosso grande mote”, assume. Depois, entende que o propalado factor de sustentabilidade, “não deve ser avaliado somente pelo efeito imediato”. Aponta o exemplo da Santa Casa que dirige para lembrar que as necessidades passam também pela manutenção e substituição de equipamentos.

“Acho que neste momento seria necessário fazer uma avaliação séria para não ficar no meu critério ou no critério de outra pessoa qualquer, definir qual é o factor de sustentabilidade para uma IPSS. Se o Governo faz o serviço com maior gasto, não é justo que nos peça para fazer por menos”, sublinha.

Por sua vez, Eduardo Bonal da Silva, Cônsul Honorário de França no Funchal e presidente da direcção da Associação do Corpo Consular na Região, revelou que todos os anos é feita uma doação de cariz humanitário a uma instituição local escolhida aleatoriamente, através da quota anual paga pelos 22 associados. Este ano foram duas camas articuladas no valor de cerca de quatro mil euros.