Festival de folclore de Santana

Volto sempre à minha terra em altura de arraiais e festejos múltiplos, que me fizeram tanta falta nestes quase dois últimos anos e que aos emigrantes é de uma grande riqueza pelos cheiros, sabores, pelas memórias, pela nossa tradição.

Na Assembleia de Santana de 30 de junho falou-se sobre o festival regional de folclore de Santana – o único festival regional da madeira (arquipélago) com a presença de todos os grupos das nossa ilhas e do seu “pouco atrativo” cartaz. Pouco atrativo? É um festival de folclore! Lembrar que foi este festival que pôs Santana no mapa. Até aos anos 80 ninguém falava de Santana. Foi este festival de folclore que arrastou multidões a Santana para ver os bailinhos e, claro, aproveitar para conviver em família ou em excursão com amigos. E parabéns a quem o idealizou e o fez nascer.

Quando se fala na cidade de Santana todos a identificam pelas suas casas típicas, a maçaroca e o festival de folclore que, depois, ajudou também a promover a festa dos compadres que lá se fazia. E agora até já tem um parque temático.

Não é um arraial, não é uma festa gastronómica – é o único festival de folclore regional da madeira pelo que o que deve ser importante é a representação de músicas, danças, costumes e tradições dos vários pontos do arquipélago. É isso que as pessoas vêm ver! Nesta altura Santana é a cidade do folclore e o núcleo da tradição madeirense. E aqui um largo elogio às entidades, grupos e demais envolvidos na sua realização.

As pessoas vêm de todo o lado em excursão aproveitando para passar em outras festas/ arraiais de outros pontos da ilha, como sempre o faziam. E dá para todos. Quem aqui vem sabe que vem ver o bailinho. Para quê, pergunto eu, querer estragar o formato e o festival com “chungalhadas”, pimbas e outras atrações? Para isso faz-se depois outras festas. Esta é, e deve continuar a ser, do povo: com bailinho, alegria, espetada, vinho, bolo do caco, despique, alegria e muita tradição. O programa por isso é rico e diversificado e o mais original e típico possível. Que melhor cartaz poder-se-ia querer para uma cidade?

Quanto a outras opiniões e ideias … cada “macaquice na altura certa.” Queremos fazer mais do mesmo ou primar pela qualidade e a diferença?

Viva o Festival Regional de Folclore da Madeira. Que tal um elogio da Câmara e uma menção honrosa por parte da sua Assembleia?

E que este ano nos voltemos a ver. Bom festival.

João Roberto Alicante