Crónicas

Aquacultura

A aquacultura discute-se muito, está envolta em celeuma, rareia o entendimento e, se calhar, escasseia alguma concertação. As partes, as que opinam a favor e contra, fazem avaliações extremadas. Mas talvez não seja tão assim. Estarão, eventualmente, acomodadas no seu canto e nas suas posições.

Parece-me não restarem dúvidas que aquela indústria é positiva sob várias perspectivas. Como negócio de valia indiscutível, com méritos numa melhor preservação do meio marinho, mas também no que toca à sustentabilidade e, sobretudo, como sector de mercado que pode potenciar a nossa economia.

A polémica deriva, no entanto, de uma questão estética e geográfica. Os lugares selecionados para a colocação das jaulas, podendo ser os melhores ou mais acessíveis para os industriais, não o são para os demais e prejudicam, mormente em termos visuais, a paisagem e embaraçam e lesam outros sectores, particularmente o do turismo.

Se a questão da escolha dos locais onde colocar as grades for melhor ponderada, se os industriais deixarem de querer o óptimo aceitando o razoável e se os restantes interessados, designadamente entidades governamentais e autárquicas, conseguirem que a aquacultura decorra longe das vistas o suficiente, a controvérsia ficava amenizada e todos ganhavam com isso.

Basta que o processo, com abertura e boa vontade das partes, seja consensual, sensato, prudente. E passada essa fase, de acordo e anuência, ver-se-á que será mais fácil promover a sua implementação. Resultando em investimento benéfico para a economia regional.