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Tribunal eleitoral do Brasil pede ajuda ao Telegram para conter notícias falsas

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O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) do Brasil pediu ao vice-presidente da aplicação de mensagens Telegram, Ilya Perekopsky, que ajude a combater as notícias falsas durante a campanha para as próximas eleições presidenciais, previstas para outubro.

Perekopsky e o representante do Telegram no Brasil, Alan Campos Elias Thomaz, reuniram-se com o juiz e presidente do TSE, Edson Fachin, bem como com o secretário de Tecnologia da Informação do tribunal eleitoral brasileiro, Julio Valente, antes de se reunirem também hoje com o Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro.

"Estamos diante de circunstâncias que podem colocar em risco nossa democracia. Estamos buscando um equilíbrio entre a arena pública, à qual pertence a política, e o campo de ação do direito eleitoral. Tentamos manter esses dois campos separados porque não nos importamos com questões políticas, mas com a aplicação e respeito das leis eleitorais", destacou Fachin.

A reunião entre os representantes do Telegram e as autoridades judiciárias e eleitorais do Brasil ocorreu depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) ter bloqueado a plataforma por supostamente se recusar a colaborar com o combate à desinformação.

Durante o encontro, Perekopsky garantiu que o Telegram está a adotar, pela primeira vez no Brasil, alguns mecanismos de combate às notícias falsas, como monitorização do conteúdo publicado por alguns grupos, sinalização de informações e imagens descontextualizadas, além da possibilidade de utilizadores denunciarem o conteúdo que consideram irregular para ser posteriormente analisado.

Em março, o juiz Alexandre de Moraes, do STF, revogou a proibição do Telegram de operar no Brasil, poucos dias depois de esta medida ter sido imposta por ele por incumprimento de ordens judiciais e reivindicações judiciais.

Moraes reverteu a decisão depois de a plataforma ter removido uma publicação da conta pessoal de Bolsonaro que continha 'links' para uma investigação da Polícia Federal sobre um suposto ataque contra o TSE nas eleições de 2018.