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Novo Presidente da Somália promete trazer paz ao país na tomada de posse

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Foto Hasan Ali Elmi / AFP

O novo Presidente da Somália, Hassan Sheikh Mohamud, prometeu ontem trazer a paz ao país, numa cerimónia de posse em que contou com a presença de líderes de nações vizinhas, como Etiópia, Quénia e Djibuti.

Embora já tenha assumido o cargo a 23 de maio, após vencer as eleições presidenciais, oito dias antes, Mohamud tomou posse hoje num ato solene na zona vip do aeroporto internacional de Mogadíscio, sob estrita segurança, para evitar ataques.

Vários morteiros caíram quarta-feira à noite perto do aeroporto, onde a ONU, a missão de paz da União Africana e embaixadas estrangeiras têm escritórios, causando vários feridos, após ter sido decretado o toque de recolher obrigatório por causa da tomada de posse.

Ninguém assumiu a responsabilidade pelo ataque, mas o grupo terrorista Al Shabab realiza ataques regularmente na capital somali.

Na cerimónia de hoje, o Presidente prometeu uma Somália "em paz consigo mesma e em paz com o resto do mundo", bem como "um governo responsável que ouça o povo somali", e disse algumas palavras em memória das vítimas do ataque.

Mohamud regressou ao cargo de chefe de Estado, depois de ter cumprido um primeiro mandato, entre 2012 e 2017, e depois de derrotar Mohammed Abdullahi Mohammed, conhecido como 'Farmaajo', nas eleições de 15 de maio, o presidente cessante que hoje assistiu à cerimónia de investidura que encena uma transferência pacífica de poder.

'Farmaajo' afirmou que vai trabalhar com o seu sucessor e exortou o povo somali a dar-lhe o seu apoio para poder prestar serviços públicos essenciais.

Entre as personalidades estrangeirass que participaram no evento estavam o Presidente do Quénia, Uhuru Kenyatta; o primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, e o Presidente do Djibuti, Ismail Omar Ghuelleh.

Os três líderes felicitaram Mohamud e prometeram uma colaboração mais estreita com a Somália.

"Senhor Presidente, o Quénia acolhe calorosamente a transição pacífica de poder [na Somália] e está empenhado em trabalhar consigo e em apoiá-lo", afirmou Kenyatta, cujo país teve uma relação tensa com o governo de 'Farmaajo' nos últimos anos, por causa de disputas territoriais, entre outros problemas.

Mohamud enfrenta um mandato de quatro anos com grandes desafios, como o terrorismo do Al Shabab, que controla parte do país e aderiu à rede Al-Qaida em 2012 e a pior seca em 40 anos, que mergulhou milhões de pessoas na Somália na pobreza, originando uma crise humanitária.

Na semana passada, o Presidente pediu ajuda à comunidade internacional para que apoie os atingidos pela seca e pela fome.

A Somália vive uma situação de conflito e caos desde a queda do ditador Mohamed Siad Barre, em 1991, que deixou o país sem um governo efetivo e nas mãos de senhores da guerra e milícias islâmicas.