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Líder do PS/Açores quer partido capaz de "fazer melhor" e ao serviço dos açorianos

Foto DR/Facebook/PS Açores
Foto DR/Facebook/PS Açores

O líder do PS/Açores defendeu hoje um partido "capaz de mudar, fazer diferente e melhor, com "mais diálogo" e "sentido de futuro", recusando que seja "só para os militantes".

"Não vale a pena definir todas estas ideias se não tivermos o fundamental: um partido ativo e ao serviço dos açorianos. O PS só existe porque existem militantes do PS. Mas, o PS não existe só para os militantes do PS", afirmou Vasco Cordeiro, na apresentação da moção de estratégia global "Um combate pelo futuro dos Açores! Sustentabilidade e Coesão", no XVIII Congresso Regional, que se realiza até domingo na cidade da Horta, ilha do Faial.

Os açorianos "querem um PS que existe em função dos Açores e dos açorianos", disse, lembrando que o PS venceu as eleições legislativas regionais de 2020, mas perdeu a maioria absoluta de 24 anos, levando PSD/CDS-PP/PPM a coligar-se para assumir o poder.

"Queremos ser governo para fazer melhor do que fizemos e do que atualmente é feito. Este combate pelo futuro dos Açores não é contra ninguém, é precisamente pelos Açores", frisou.

"Não podemos entrar numa lógica revanchista. Para o PS só há um lado: o dos Açores, o de todos os açorianos", acrescentou.

O líder do PS/Açores, reeleito em abril para um quarto mandato como presidente da estrutura regional, com 97,7% dos votos dos militantes, defendeu que os açorianos "querem um PS capaz de corrigir aquilo onde não esteve bem".

Os resultados eleitorais de outubro de 2020 "mostram que os açorianos querem o PS a governar os Açores", mas um "PS capaz de mudar quem se deixou contaminar pela inércia e imobilismo, sem vontade de fazer diferente e sempre melhor", afirmou.

O PS, notou, vê o futuro "com confiança na capacidade dos açorianos e açorianas para construírem uma região cada vez melhor".

"Para isso, é imprescindível que o Governo Regional seja capaz de estar à altura dessa capacidade. Só faz sentido lutarmos para assumir o Governo da região se tivermos um sentido do futuro. Isso já nos distingue do atual Governo", disse, salientando que "esta visão estratégica de futuro é um dos pilares onde deve assentar a ação do PS",

Cada militante socialista deve "assumir o contributo que pode dar" a favor da região, vendo os simpatizantes do partido "não como ameaça, mas como um fator acrescido de valorização das ideias e propostas do PS, como alguém que reconhece no PS um meio e instrumento para ajudar a construir uns Açores melhores", acrescentou, considerando que "isso ajuda o PS a desenvolver a sua ação".

Quanto à estratégia de futuro da região, Vasco Cordeiro indicou que deve assentar na sustentabilidade, nomeadamente financeira, porque o caminho do atual Governo é um caminho perigoso, que gere as finanças públicas como forma para continuar no poder e não como garante da autonomia".

"Se queremos ser verdadeiramente autónomos, temos de assumir os custos das nossas opções. Se cedermos à tentação de passar os custos para outros, isso põe em risco a autonomia no futuro", alertou.

No que toca à sustentabilidade demográfica, "é necessário ser minucioso", defendeu.

"Não podemos reduzir a questão a discussões sobre 'cheque bebé' ou apoios à natalidade. Porque o que resolve a perda demográfica é tornar mais apelativo viver nos territórios, com soluções educativas, de transportes, de acessibilidades, também digitais, de apoio aos idosos, de oportunidades de emprego e empreendedorismo", referiu.

Vasco Cordeiro destacou ainda a "sustentabilidade política da autonomia" e a sustentabilidade do desenvolvimento.

"Pé ante pé, tem sido colocada em causa a ideia de que a sustentabilidade e os cuidados que ela nos inspira são um empecilho. Não podemos ceder um milímetro", avisou, considerando a sustentabilidade como "um ativo" e "um fator de promoção de riqueza".

O líder do PS/Açores defendeu ainda a criação de uma Estratégia de Eficiência Competitiva e uma Agenda para a Valorização do Capital Humano, apontando também a necessidade de defender a coesão territorial num arquipélago de nove ilhas.