A Guerra Mundo

Rússia prende chefe do antigo batalhão ucraniano Aidar

None
FOTO EPA/SERGEI ILNITSKY

A Rússia reivindicou hoje a detenção do comandante adjunto de uma unidade que pertencia ao batalhão nacionalista ucraniano Aidar, antes da sua reorganização e absorção pelo exército ucraniano, noticiou a imprensa russa.

Um tribunal em Rostov-on-Don, uma região limítrofe da Ucrânia, decretou hoje que o militar, Denis Muryga, ficará em prisão preventiva durante dois meses, de acordo com a agência noticiosa Interfax.

Segundo a fonte, Muryga, que tem nacionalidade russa e ucraniana, foi preso quando tentou atravessar a fronteira para a Rússia fazendo-se passar por refugiado, na região de Rostov, em abril.

Segundo a agência noticiosa oficial RIA Novosti, o homem é suspeito de envolvimento num grupo armado ilegal.

A Rússia também o acusa de destruir uma ponte na autoproclamada República Popular de Lugansk em 2015, no contexto do conflito armado entre o exército ucraniano e os rebeldes pró-russos apoiados por Moscovo, e de matar guardas de milícias separatistas.

O Aidar pertencia a um batalhão nacionalista de defesa territorial que operava em 2014 na região norte de Lugansk e foi acusado nesse ano pela Amnistia Internacional de ter estado envolvido em abusos generalizados, incluindo raptos, detenções ilegais, maus-tratos, roubo, extorsão e possíveis execuções.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A guerra na Ucrânia, que hoje entrou no 85.º dia, causou já a fuga de mais de 14 milhões de pessoas das suas casas -- cerca de oito milhões de deslocados internos e mais de 6,3 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Também as Nações Unidas disseram que cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.