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Separatistas celebram em Donetsk

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Foto:  EPA/ALESSANDRO GUERRA

Os separatistas celebraram hoje na região de Donetsk, no leste da Ucrânia, o oitavo aniversário da autoproclamada independência da república apenas reconhecida pela Rússia.

A praça da Constituição, no centro da cidade, foi rebatizada com o nome de um oficial russo que foi um dos primeiros militares russos mortos na "operação militar especial" da Rússia em território ucraniano, noticiou a agência de notícias norte-americana Associated Press (AP).

O líder da autoproclamada República Popular de Donetsk, Denis Pushilin, e o pai do oficial morto, Engels Gadzhimagomedov, colocaram uma nova placa toponímica na rua e os residentes que apoiam os separatistas pró-russos depositaram flores no local.

O "Dia da República Popular de Donetsk" foi celebrado sem a habitual série de eventos com concentração de pessoas este ano "por razões de segurança", indicaram as autoridades locais.

As forças ucranianas combatem os separatistas pró-russos apoiados por Moscovo na região do Donbass desde 2014, o mesmo ano em que o exército russo anexou a península ucraniana da Crimeia, com um balanço de quase 15.000 civis mortos.

Dias antes do início da invasão russa da Ucrânia, Moscovo reconheceu as regiões Donetsk e Lugansk como Estados independentes.

A Rússia iniciou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva na Ucrânia que causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas de suas casas -- mais de oito milhões de deslocados internos e mais de 5,5 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Também segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.

A ONU confirmou hoje que 3.496 civis morreram e 3.760 ficaram feridos, sublinhando que os números reais poderão ser muito superiores e só serão conhecidos quando houver acesso a cidades cercadas ou a zonas até agora sob intensos combates.