No encerramento do I Encontro Insular de Contabilistas Certificados (OCC) que decorreu hoje, dia 22 de abril, no Museu da Casa da Luz, o presidente da Câmara Municipal do Funchal (CMF) deixou um "desafio" à bastonária, Paula Franco para que "tente influenciar" uma "mudança de mentalidade" no que é exigido a quem detém cargos políticos.

Neste sentido, Pedro Calado salientou ser "cada vez mais importante na gestão pública" que os decisores políticos tenham "formação específica", de modo, a poderem "desempenhar as funções correctamente", sobretudo do ponto de vista do cumprimento da legalidade.

Caso contrário, "o país não anda para a frente", sublinhou o autarca.

Na sua intervenção, Pedro Calado abordou igualmente a necessidade de revisão da Lei de Finanças Regionais, afirmando que "não há [no Estado] coragem política para se tocar na ferida" e fazer alterações à lei.

O presidente da Câmara Municipal do Funchal recorda que a Região Autónoma da Madeira irá receber, este ano, do Orçamento de Estado, via Lei de Finanças Regionais menos 15 milhões de euros do que os Açores e que, ao longo dos anos, recebeu um valor inferior na ordem dos "mil milhões de euros".

Outro ponto focado por Pedro Calado foi o Centro Internacional de Negócios da Madeira (CINM) e do seu registo Internacional de Navios (MAR), tendo acusado o Estado de "não defender os postos de trabalho que o CINM cria na Região".

O presidente da CMF apontou ainda, nas palavras que dirigiu a uma auditório cheio de contabilistas certificados, que espera que, "agora que há uma maioria absoluta, o Governo da República seja capaz de efectuar as reformas essenciais de que o país precisa", apontando, como exemplo, "a necessidade de alterar a legislação laboral para que seja adequada ao que as empresas precisam".