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Caracas muda bandeira, hino e escudo

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O Conselho Municipal de Caracas aprovou modificar bandeira, hino e escudo da capital da Venezuela para deixar estar representada por um leão a segurar uma cruz de ouro com a Cruz de Santiago.

A aprovação teve lugar na quarta-feira e a nova bandeira, da autoria dos artistas Víctor Hernández e Carolina Jiménez, tem um fundo vermelho sob o qual se aprecia o céu de Caracas e a montanha Waraira Repano, mais conhecida como El Ávila, que divide a norte, a capital do Oceano Atlântico.

Um triângulo, uma estrela branca de cinco pontas sobre fundo azul e vermelho, também presentes na bandeira, simbolizam, segundo as autoridades locais, a paixão e sangue dos compatriotas.

O novo hino "Caracas vencerá", da autoria de Noel Márquez e Manuel Barrios, destaca a luta de personagens indígenas Apacuana, Tiúna e Carapaica.

O escudo contém as imagens do Cacique Guaicaipuro, de uma mulher afro-descendente e do "pai da pátria", o Libertador Simón Bolívar.

Na parte superior, a mensagem "segui o exemplo que Caracas deu" e vários elementos naturais que caracterizam a cidade, incluindo folhas da "pira", um turpial, a ave do país, e uma arara, tal como a espada de Bolívar, uma lança e a estrela vermelha de cinco pontas, para simbolizar a revolução bolivariana.

No extremo inferior, do lado esquerdo, podem ver-se as datas 1810 e 1811, o início da luta pela independência do país e a assinatura da ata da independência, respetivamente.

Do lado direito, aparece o ano de 1989, uma referência a "El Caracazo", os violentos protestos de 1989 contra as medidas económicas aplicadas pelo falecido presidente Carlos Andrés Pérez (1974-1979 e 1989-1993).

E também o ano de 2002, em memória dos violentos acontecimentos que, em abril desse ano, afastaram temporariamente o então presidente Hugo Chávez (1999-2013) do poder.

Os novos símbolos omitem a data da fundação da cidade de Santiago de León Caracas, em 1567, pelo espanhol Diego de Losada.

Historiadores, cronistas e políticos consideraram que estas alterações estão "a apagar a tradição histórica da capital", bem como a "atacar a identidade dos caraquenhos", numa violação da legislação local e da Constituição.