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Teerão anuncia acordo com banco estrangeiro para libertação de fundos iranianos

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O Irão chegou a um acordo preliminar com um banco estrangeiro para libertar fundos iranianos congelados, revelou hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Hossein Amir-Abdollahian, sem especificar de que país é a instituição financeira.

"Foi alcançado um acordo com um banco estrangeiro para libertar parte dos nossos créditos financeiros. Este é um acordo preliminar sobre quando e como libertar esses fundos", realçou o governante durante uma conferência.

Dezenas de biliões de fundos iranianos foram congelados em vários países, incluindo China, Coreia do Sul e Japão, desde o restabelecimento das sanções por parte dos Estados Unidos, em 2018, pelo então Presidente norte-americano Donald Trump.

Hossein Amir-Abdollahian adiantou que uma delegação estrangeira esteve em Teerão na terça-feira, em conversações sobre a implementação deste acordo.

A delegação, cuja nacionalidade não foi divulgada, reuniu-se com representantes do Banco Central iraniano e responsáveis económicos do Ministério dos Negócios Estrangeiros, acrescentou.

A agência de notícias iraniana Tasnim noticiou que o objetivo das discussões é encontrar uma solução para os 7.000 milhões de dólares (cerca de 6.430 milhões de euros) em ativos iranianos que se encontram congelados, sem acrescentar mais detalhes.

Em janeiro de 2021, Teerão acusou Seul de manter "cativos" 7.000 milhões de dólares pertencentes ao Irão, pedindo repetidamente aos sul-coreanos a sua libertação.

Estão em andamento há quase um ano as negociações entre Teerão e o Ocidente para tentar trazer os Estados Unidos de volta ao acordo internacional sobre o programa nuclear iraniano de 2015.

O acordo de 2015 concede o alívio de sanções ao Irão em troca de restrições no seu programa nuclear, que garante que Teerão não possa desenvolver armas nucleares, pretensão que os iranianos sempre negaram ter.

Depois de quase um ano de diálogo, tudo parecia indicar que o acordo estava prestes a ser fechado, mas primeiro surgiram exigências russas e agora parece haver diferenças inconciliáveis entre Teerão e Washington.

Nas últimas semanas, o Irão reiterou várias vezes que o levantamento das sanções contra a Guarda Revolucionária é um dos pontos mais importantes para fechar um acordo.

O acordo nuclear limitou o programa atómico iraniano, em troca do levantamento das sanções, mas em 2018 o então presidente dos EUA, Donald Trump, abandonou-o e reimpôs sanções ao Irão.

Teerão respondeu um ano depois, aumentando os seus esforços nucleares e enriquecendo urânio.