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Sondagens aproximam Le Pen de Macron numa possível segunda volta

Foto EPA
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A líder da extrema-direita francesa e candidata presidencial Marine Le Pen nunca esteve tão próxima do atual Presidente Emmanuel Macron, que procura a reeleição, numa possível segunda volta das eleições presidenciais em França, segundo revelaram hoje diferentes sondagens.

Apesar de apontarem que Macron irá ganhar de forma confortável a primeira volta do escrutínio, que acontece já a 10 de abril, os dados hoje conhecidos apontam que os dois candidatos nunca estiveram tão próximos nas projeções de voto de uma segunda volta.

Na sondagem diária do jornal "Les Echos", elaborada pela OpinionWay - Kéa Partners, Emmanuel Macron reúne 55% das intenções de voto contra 45% de Marine Le Pen.

Já na sondagem Elabe para a televisão BFMTV e a revista "L'Express", Marine Le Pen reúne 47,2% das intenções de voto e Emmanuel Macron 52,5% num possível frente-a-frente na segunda volta, prevista para 24 de abril.

Esta será a diferença mais curta de sempre entre os dois candidatos.

No entanto, antes da segunda volta, os franceses vão escolher, numa primeira volta, entre 12 candidatos.

Nesta primeira volta, Macron continua à frente das sondagens, com quase 10 pontos de vantagem sobre Marine Le Pen, a segunda classificada.

A subir nas intenções de voto da primeira volta está Jean-Luc Mélenchon, líder da extrema-esquerda, que se encontra na terceira posição, ao reunir mais de 15% das intenções de voto.

Com uma presença pouco ativa na campanha eleitoral, que começou oficialmente na segunda-feira, Emmanuel Macron está a ser acusado de ter recorrido em excesso a consultoras durante o seu mandato de modo a avaliar diferentes setores do Estado, especialmente a consultora McKinsey.

Entre 2018 e 2021, segundo um relatório apresentado pelo Senado, esta consultora norte-americana terá recebido entre 28 a 50 milhões de euros para avaliar ou recomendar políticas públicas.

A proximidade da McKinsey a Macron está a ser questionada, já que alguns dos seus consultores estiveram envolvidos na campanha de 2017 do atual Presidente.

Esta consultora tem estado envolvida em polémica já que entre 2011 e 2020 não pagou impostos em França.

Esta quarta-feira foi também um desafio para Valérie Pécresse (centro-direita) que confirmou hoje que não receberá o apoio presencial do ex-Presidente francês Nicolas Sarkozy, que liderou o país entre 2007 e 2012, numa importante reunião política em Paris no próximo fim de semana.

O ex-Presidente tem hesitado em aparecer publicamente com a candidata presidencial do partido Os Republicanos, que figura agora no quarto ou quinto lugar nas intenções de voto dos franceses, segundo as sondagens.

Sarkozy vai enviar, no entanto, um vídeo de apoio para ser exibido no comício de Pécresse, que foi sua ministra (Orçamento e Ensino Superior) e encarada como um elemento próximo do antigo governante.

De forma a combater a abstenção, o Governo francês informou hoje que mesmo as pessoas que testem positivo à covid-19 podem deslocar-se para votar, sendo recomendado que utilizem máscara.

"Trata-se de um direito constitucional", declarou o porta-voz do Governo, Gabriel Attal.