A Guerra Mundo

Bélgica destina mais 1.000 ME à Defesa para reforçar flanco leste da NATO

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Foto Kenzo TRIBOUILLARD / AFP

A Bélgica vai aplicar mais 1.000 milhões de euros na Defesa para apoiar o dispositivo da NATO que tem vindo a reforçar o flanco leste, desde o início da invasão russa da Ucrânia, divulgou hoje o governo belga.

O objetivo é "aumentar a curto prazo o nível de preparação e capacidade de resposta da Defesa, no contexto do conflito em andamento na Ucrânia", realçou a ministra da Defesa belga, Ludivine Dedonder, em conferência de imprensa à margem da cimeira extraordinária da NATO que decorreu hoje em Bruxelas.

Este orçamento suplementar, previsto para o período entre 2022 e 2024, duplica os gastos previstos para a atual legislatura e será adicionado ao "aumento já aprovado de 1.000 milhões de euros" desde a entrada em funções do atual governo, em outubro de 2020, especificou a ministra.

Bruxelas pretende, em particular, alargar o seu apoio à Força de Reação Rápida da NATO, onde participa já com 300 militares, que estão destacados na Roménia, num batalhão comandado pela França.

O primeiro-ministro belga, Alexander De Croo, tinha alertado hoje que aquela força da Aliança Atlântica deverá permanecer naquela frente durante algum tempo.

A Bélgica também participa na vigilância do espaço aéreo da NATO no seu flanco leste, com aviões de combate destacados na Estónia.

A ministra da Defesa acrescentou que as Forças Armadas belgas vão também participar na segunda metade do ano nas manobras da NATO na Lituânia, como parte da presença reforçada da Aliança Atlântica nos países bálticos.

O reforço financeiro agora anunciado, que terá 450 milhões de euros aplicados já a partir de 2022, deve permitir aquisições adicionais de equipamentos de proteção para militares, munições e acelerar a implantação do futuro componente 'cibernético' no Exército.

Ludivine Dedonder referiu ainda que a Bélgica pretende melhorar "a prontidão operacional dos sistemas de armas" e a manutenção de veículos blindados.

Este investimento soma-se ao vasto plano estratégico STAR (Segurança, Tecnologia, Ambição, Resiliência) apresentado pelo governo no final de janeiro.

O plano prevê 10.000 milhões de euros em investimentos até 2030, no âmbito de uma lei de programação militar que ainda não foi aprovado na parlamento belga.

A Bélgica deverá aumentar os seus gastos em Defesa para 1,54% do PIB até 2030, face aos cerca de 1% investidos atualmente.

Apenas uma minoria dos 30 países membros da NATO atingiu a meta de 2% estabelecida para 2024.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 977 mortos, dos quais 81 crianças e 1.594 feridos entre a população civil, incluindo 108 menores, e provocou a fuga de mais 10 milhões de pessoas, entre as quais 3,60 milhões para os países vizinhos, indicam os mais recentes dados da ONU.

Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.