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IL aponta "sinais preocupantes" e "ministros politicamente condicionados"

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A Iniciativa Liberal apontou hoje "sinais preocupantes" no Governo, com "ministros politicamente condicionados" em pastas fundamentais e "todos os delfins possíveis de António Costa", criticando o "péssimo começo" da sua divulgação antes de serem apresentados ao Presidente da República.

Em declarações à agência Lusa depois de ter sido conhecida a composição do novo Governo, Rui Rocha, deputado eleito e membro da Comissão Executiva da Iniciativa Liberal (IL), começou por sublinhar o "péssimo começo" no caso da divulgação dos nomes dos ministros aos órgãos de comunicação social, "desrespeitando aquilo que é o dever institucional que o primeiro-ministro tinha de apresentar o Governo ao Presidente da República, que levou até ao cancelamento da audiência prevista".

"Existindo uma maioria absoluta que o primeiro-ministro disse que queria que fosse gerida com abertura, é um mau começo porque dá nota de sobranceria e de algum desrespeito institucional que é bastante preocupante", lamentou.

De acordo com Rui Rocha, o futuro Governo tem "em pastas fundamentais ministros politicamente condicionados", dando como primeiro exemplo a continuidade de Marta Temido como ministra da Saúde, que acusa de ter degradado "a relação com os profissionais de saúde a um ponto praticamente insustentável", o que faz com que tenha "muita dificuldade para a gestão desta pasta".

Outro exemplo é João Gomes Cravinho que, de acordo com o liberal, "não podia continuar na Defesa por todos os episódios que se foram sucedendo na gestão dessa pasta e que agora acaba por mudar para os Negócios Estrangeiros, mas também politicamente condicionado pelo lastro da gestão da Defesa".

"Na ótica do contribuinte, a continuidade de Pedro Nuno Santos nas Infraestruturas significa que a falta de respeito pelo dinheiro dos contribuintes que vimos na gestão do caso TAP é para continuar", criticou.

Para Rui Rocha tudo isto "são sinais preocupantes", considerando que quer na Economia como nas Finanças serão ministros que "partem fragilizados".

"A ideia de que todos os delfins possíveis de António Costa estão no Governo, fica a dúvida se estamos a ter um Governo virado para as necessidades dos portugueses ou um Governo virado para os interesses do PS", apontou.

A ideia que fica, na análise de Rui Rocha, "é sobretudo continuidade e isso não é positivo porque aquilo que tem caracterizado os governos de António Costa é a falta de ambição, a falta de capacidade de reformar o país, de promover a transformação de que o país precisa".

"São sinais genericamente negativos de continuidade de uma abordagem estatista e uma abordagem conformista", afirmou.

Mesmo a redução da dimensão do Governo não mereceu destaque por parte do liberal, uma vez que esta só "é relevante na medida em que se está a comparar com um Governo que era sobredimensionado de uma forma muito vincada".

"Se olharmos à dimensão deste que agora é apresentado continua a ser absolutamente sobredimensionado. Dá a ideia de que o PS só consegue governar privilegiando a quantidade e não a eficiência da ação governativa", criticou.