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Presidente da Venezuela pede pena máxima de prisão para funcionários públicos "bandidos"

Foto EPA/MIGUEL GUTIERREZ
Foto EPA/MIGUEL GUTIERREZ

O Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, pediu às autoridades locais que castiguem com "pena máxima" de prisão funcionários "bandidos", que tenham sido detidos por ligações a narcotraficantes e contrabandistas de combustível.

"Vamos atrás de todos os mafiosos. Descobrimos um caso de narcotráfico que é realmente repugnante", disse Nicolás Maduro durante uma chamada telefónica no programa "Con el Mazo Dando" ('Batendo com o Malho'), transmitido pela televisão estatal venezuelana.

O Governante explicou que houve "uma traição repugnante de um grupo de pessoas que receberam a confiança do público, e foram nomeadas para presidentes de câmara municipais e deputados, e acabaram nas mãos de traficantes de droga colombianos".

"Banditismo que deve ser punido com a maior força, o maior peso e as maiores penas da lei", sublinhou.

Maduro advertiu que as autoridades vão castigar todos "mafiosos", independentemente do cargo público que exerçam.

"Que caia quem cair, que caiam todos os bandidos que pensam que com um cartão de presidente de uma câmara municipal, de deputados (...) vão pôr em causa a honestidade", disse.

Mais de duas dezenas de pessoas foram detidas pelas autoridades venezuelanas desde janeiro de 2022, pelo alegado envolvimento em narcotráfico e no contrabando de combustível.

Hoje, um tribunal do Estado de Portuguesa (415 quilómetros a sudoeste de Caracas) ordenou a detenção do autarca do município de Páez, Juan de Dios Castillo, do Grande Polo Patriótico (aliança de partidos afetos ao regime).

O autarca é suspeito de dirigir uma rede local de contrabando de combustível, que foi desmantelada pelas autoridades, em 3 de fevereiro, numa operação em que seis pessoas foram detidas e confiscados 800 litros de combustível.

Em 30 de janeiro o procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, confirmou a detenção de 13 cidadãos, entre eles um luso-descendente, pelo alegado envolvimento no contrabando de gasolina nos Estados de Anzoátegui e Bolívar, a 510 e 575 quilómetros a sueste de Caracas, respetivamente.

Segundo a procuradoria venezuelana, entre os detidos estão o ex-presidente da Câmara Municipal de Independência (Anzoátegui), Carlos Rafael Vidal Bolívar (do Partido Socialista Unido da Venezuela, PSUV, o partido do Governo) e o ex-procurador superior do Estado de Bolívar, Manuel Junior Gil da Silva, luso-descendente.

Em 29 de janeiro, o vice-presidente da Área Económica e ministro do Petróleo da Venezuela, Tareck El Aissami, anunciou, através de um comunicado, que durante a operação 'Mão de Ferro' foi "desmantelada com sucesso uma perigosa rede de crime organizado dedicada ao desvio, contrabando e venda ilegal de combustíveis no Estado de Anzoátegui".

Nesse mesmo dia, as autoridades venezuelanas confirmaram a detenção de seis pessoas, entre elas três políticos do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV, o partido do Governo), pelo alegado envolvimento no tráfico de drogas.

O anúncio foi feito pela Superintendência Nacional Antidrogas da Venezuela (SUNAD), através de um comunicado.

Segundo aquele organismo, entre os detidos encontram-se "os funcionários públicos Keyrineth Fernández (presidente da Câmara Municipal de Jesús Maria Semprún) e os deputados Taína González (do Estado de Zulia) e Luis Vilória Chirinos (do Estado de Táchira)".