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Intenção de Lula de convidar Maduro frustrada devido a decreto de Bolsonaro

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O líder venezuelano, Nicolás Maduro, é um dos nomes que o Presidente eleito do Brasil, Lula da Silva, pretende convidar para a sua posse, mas um despacho de 2019, de Jair Bolsonaro, impede-o de entrar no país.

Além de Maduro, outros cem cidadãos venezuelanos estão proibidos de entrar no país como parte desse decreto ratificado não só por Bolsonaro, mas também pelos que foram seus ministros da Justiça e das Relações Exteriores na época, Sergio Moro e Ernesto Araújo, escreve na sua edição de hoje o jornal brasileiro O Globo.

Lula da Silva toma posse no cargo em 01 de janeiro.

Com o regresso de Lula ao Palácio do Planalto, a relação do Brasil com a Venezuela mudará drasticamente, já que Brasília deixará de reconhecer o líder da oposição e auto designado Presidente venezuelano Juan Guaidó e a embaixadora por ele indicada, Maria Teresa Belandria - que participaram na campanha de Bolsonaro.

Maria Teresa Belandria já não se encontra no Brasil, de onde saiu na sequência da vitória de Lula da Silva na segunda volta das presidenciais brasileiras em 30 de outubro.

A lista de convidados de Lula da Silva ainda não foi discutida pelas equipas encarregadas de organizar a transição de poder e pelo Itamaraty, que não tem a menor intenção de retirar Maduro dessa lista, de modo que a sua presença na posse de Lula seria frustrada.

Isso significa que o Presidente Nicolás Maduro só poderá entrar no Brasil depois de Lula tomar posse e eliminar essa medida, que se somou ao encerramento da Embaixada do Brasil em Caracas, assim como dos demais consulados, e ao cumprimento das resoluções da Organização dos Estados Americanos (OEA) contra o governo venezuelano e em apoio a Guaidó.

O governo recém-eleito pretende retomar as relações com a Venezuela, a exemplo do que já fizeram outros países da região, como a Colômbia. Embora o envio de um embaixador a Caracas possa levar algum tempo, já que é necessária a aprovação do Senado, a intenção é reabrir as delegações diplomáticas o mais rápido possível.