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UE e França saúdam retoma do diálogo entre Maduro e oposição

Foto Shutterstock
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A União Europeia (UE) e a França saudaram quinta-feira o acordo entre Nicolás Maduro e a oposição venezuelana para retomar o processo de negociação este sábado no México, mais de um ano depois do fracasso da última tentativa.

"Milhões de venezuelanos esperam um acordo que responda às suas expectativas democráticas e socioeconómicas", escreveu no Twitter o Alto Representante da UE para a Política Externa, Josep Borrell, acrescentando que esse processo é "chave" para uma "solução pacífica" para a crise.

Por sua vez, o Presidente francês, Emmanuel Macron, qualificou a notícia de "excelente", recordando o Fórum da Paz de Paris, patrocinado pela França e Noruega, e indicando que vai continuar a "apoiar este processo (...) para alcançar resultados concretos a favor do povo venezuelano".

As autoridades norueguesas, que atuam como "facilitadores" do processo, anunciaram hoje que as partes "vão assinar um acordo parcial sobre questões sociais" neste arranque das negociações.

A oposição será novamente representada pela Plataforma Unitária, que confirmou a nova tentativa de aproximação num processo que, no seu entender, "nunca deveria ter sido suspenso".

Por parte do Governo de Maduro, a delegação voltará a ser liderada pelo presidente da Assembleia Nacional, Jorge Rodríguez, que, apesar das divergências políticas, espera a "aplicação bem-sucedida" do acordo.

"Estamos convictos de que este acordo social vai abrir portas para fazer avançar a extensa agenda de diálogo nacional, no cumprimento de todos os seus objetivos para o bem do nosso país", sublinhou.

A oposição venezuelana, aliada do ex-presidente do parlamento Juan Guaidó, confirmou hoje que vai retomar o diálogo com o Governo do Presidente Nicolás Maduro, suspenso desde outubro de 2021.

O anúncio foi feito através de um comunicado divulgado em Caracas pela Plataforma Unitária da Venezuela (PUV), sem precisar a data em que será retomado o diálogo.

"Será retomado o processo de negociação baseado no Memorando de Entendimento assinado, sob a mediação do Reino da Noruega, na cidade do México em 13 de Agosto de 2021, que nunca deveria ter sido suspenso e por cujo restabelecimento temos mantido uma luta constante", explica.

No documento, a oposição diz ratificar "a disposição de trabalhar em conjunto, para alcançar acordos que permitam a materialização de mecanismos que garantam o bem-estar de todos os venezuelanos", entendendo "que não haverá uma solução real para a crise sem um acordo político abrangente que dê soluções ao povo".

Em 17 de outubro de 2021, o Governo venezuelano suspendeu as negociações com a oposição, que decorriam desde agosto de 2021 no México, com a mediação da Noruega.

A suspensão ocorreu um dia após a extradição, de Cabo Verde para os Estados Unidos, do empresário colombiano Alex Saab, considerado um 'testa-de-ferro' de Maduro.

O Governo venezuelano nomeou Saab como um dos representantes nas negociações e condicionou a retoma do diálogo com a oposição à sua libertação.

Em 11 de novembro de 2022 a oposição venezuelana, aliada de Juan Guaidó, e a delegação que representa o Governo do Presidente Nicolás Maduro, aceitaram um pedido do Presidente da França, Emmanuel Macron, para participar no Fórum pela Paz, que decorreu em Paris.

Segundo Jorge Rodríguez, chefe da delegação governamental, durante o encontro as delegações negociaram um acordo que será divulgado em breve.