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UE quer jovens luso-venezuelanos em projectos locais com fundos europeus

Foto DR/Twitter
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A União Europeia (UE) pediu, na terça-feira, aos jovens luso-venezuelanos para participarem ativamente em oito projetos que vão ser desenvolvidos localmente, a partir do próximo ano, com fundos europeus.

O apelo foi feito em Caracas, pelo embaixador da UE, Rafael Dochao Moreno, durante uma conferência de imprensa, por ocasião da assinatura dos acordos com organizações não-governamentais (ONG) para desenvolvimento de projetos em 15 dos 24 estados da Venezuela.

"Há dezenas de milhares de portugueses neste país, bem como pessoas de outros países da União Europeia, ou com dupla nacionalidade de passaporte. Espero que estes jovens, que também têm nacionalidade europeia, participem", disse o diplomata à Lusa.

Rafael Dochao Moreno sublinhou querer encorajar os "portugueses [luso-venezuelanos] a fazê-lo, a participar em todas as iniciativas que estas ONG vão tomar, porque, a capilaridade do projeto é muito importante".

"Damos fundos às organizações que assinaram este programa hoje, mas cada uma delas tem ONG mais pequenas, parceiras em cada uma das regiões. Vamos estar no norte, sul, leste e oeste do país e cada uma destas pequenas ONG tem dezenas de jovens membros que vão participar", disse o embaixador, que agradeceu antecipadamente a participação dos luso-venezuelanos com um "muito obrigado", em português.

O diplomata explicou que por 2022 ser o Ano Europeu da Juventude, a UE decidiu lançar um convite a todos os movimentos, grupos, associações e organizações não-governamentais da sociedade civil venezuelana para a apresentação de propostas de projetos.

"Recebemos dezenas de propostas e depois fizemos uma seleção muito rigorosa, para as oito melhores. Hoje, assinámos estes projetos porque são importante para a sociedade venezuelana" disse à Lusa.

 Rafael Dochao Moreno explicou que "são programas destinados aos jovens, de capacitação da população em geral, da população jovem em questões de democracia, direitos humanos, igualdade de género, LGBTI, minorias indígenas", entre outros.

"É muito importante porque estamos numa altura do processo de futuras eleições e tudo o que seja empoderar as pessoas, dar meios aos jovens os meios para que conheçam a sua realidade, para que sejam capazes de enfrentar o seu futuro será sempre bom", disse.

Segundo o diplomata, no total vão ser destinados 5,5 milhões de euros em projetos que vão beneficiar mais de 10.000 jovens.

Por outro lado, o representante do bloco europeu disse que, no final deste ano, gostava de transmitir o desejo da UE "de que a Mesa [de diálogo entre o Governo e a oposição] tenha finalmente sido alcançada no México".

"E parece que também vai haver uma segunda ronda, no que diz respeito à questão mais política, a todos os assuntos eleitorais. Obviamente que as 23 recomendações da Missão de Observação Eleitoral deveriam estar sobre a mesa porque é algo generoso que a UE está a fazer, ao disponibilizar [essas recomendações] a ambos os lados, ao governo e à oposição, para que possam avançar", sublinhou.

O diplomata frisou ainda esperar que, em 2023, "a democracia continue a florescer, que o diálogo continue a florescer": "avancemos, isso é importante para todos os países".