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Mau tempo obriga a evacuações preventivas na Venezuela

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Foto Diário La Nación

As autoridades iniciaram a retirada preventiva de dezenas de pessoas no estado venezuelano de La Guaira, onde dois rios transbordaram devido às chuvas intensas que afetam a região há vários dias.

Os rios El Cojo e San Julián, em Macuto e Caraballeda, respetivamente, estão a causar apreensão na população local, trazendo à memória as trágicas enxurradas de dezembro de 1999 que, segundo dados não oficiais, ocasionaram mais de 10.000 mortos, entre eles portugueses.

A deslocação das pessoas foi confirmada aos jornalistas pelo governador do Estado de La Guaira, José Alejandro Terán, que explicou que a inesperada torrente de água do rio El Cojo ocasionou danos materiais nas paredes do edifício Água Marina e obrigou também à retirada preventiva de pessoas de outras três edificações próximas.

Vídeos divulgados pelas redes sociais dão conta do momento em que residentes no Água Marina pedem ajuda às autoridades porque a água do rio rompeu uma parede do edifício, invadiu o rés-do-chão do edifício e deixou intransitável a Avenida La Playa.

Por outro lado, o jornal "La Verdad de Vargas" divulgou um vídeo dando conta do momento em que várias pessoas abandonam as suas casas.

Várias pessoas contactadas telefonicamente pela agência Lusa explicaram que, devido à intensidade das chuvas, já tinham saído dos seus apartamentos para casa de famílias em zonas consideradas seguras.

"Desde há três dias que tem estado a chover muito, fiquei com medo do que poderia acontecer e sexta-feira consegui sair para Caracas, estando neste momento em casa de familiares", explicou um luso-venezuelano à Lusa.

Segundo as rádios locais, transbordou também a ribeira de El Limón, na antiga estrada que liga a cidade de Caracas a La Guaira. O grande volume de água invadiu várias ruas do Bairro El Limón, deixando detritos e ramas.

Em Caracas, as chuvas intensas fizeram transbordar a ribeira Macayapa, em Los Frailes, no populoso bairro de Cátia (oeste), provocando o desabamento parcial de uma casa e inundando o Boulevard de Cátia, uma zona comercial de grande afluência pedonal.

Em La Vega (zona oeste de Caracas) transbordou a ribeira de Los Cangilones, provocando danos em pelo menos 13 casas. Na localidade vizinha de Macarao registaram-se deslizamentos de terra.

Por outro lado, em Hoyo de La Puerta, uma aluvião de terra e água bloqueou a Autoestrada Regional do Centro, impedindo temporariamente a saída de Caracas e provocando uma fila de quilómetros de viaturas.

Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia e Hidrologia da Venezuela (Inameh), as chuvas vão continuar a afetar a Venezuela, principalmente as regiões do centro e do oeste.

O Inameh está a observar o "sistema de baixa pressão AL95" que se encontra no mar, 189 quilómetros a noroeste de La Guaira, com 77% de probabilidades de se converter em depressão tropical.

As previsões apontam que o mau tempo vai afetar 16 das 24 regiões do país: Arágua, Lara, Zúlia, Yaracuy, Carabobo, Vargas, Distrito Capital, Miranda, Guárico, Sucre, Anzoátegui, Monágas, Delta Amacuro, Bolívar, Táchira e Nova Esparta.