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Convocada reunião dos chefes da diplomacia da NATO para discutir crise com Rússia

Foto DR
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O aumento da presença militar russa junto da fronteira da Ucrânia, bem como "questões mais amplas da segurança europeia", serão os temas centrais de uma reunião extraordinária dos chefes da diplomacia da NATO convocada para sexta-feira, foi hoje divulgado.

Segundo anunciou a Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), a reunião virtual do Conselho do Atlântico Norte (NAC, na sigla inglesa), que irá envolver os ministros dos Negócios Estrangeiros dos 30 Estados-membros da aliança militar, será presidida pelo secretário-geral, Jens Soltenberg.

Este encontro extraordinário antecede a reunião do Conselho NATO/Rússia (fórum de diálogo), agendada para 12 de janeiro e convocada perante a concentração de dezenas de milhares de militares russos junto da fronteira ucraniana.

Ao convocar a reunião, Stoltenberg indicou ter mantido um diálogo com a ministra dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido, Liz Truss, sobre o "reforço militar contínuo, não provocado e inexplicado da Rússia na Ucrânia e em redor" daquele país.

O responsável da Aliança Atlântica tem lamentado repetidamente a decisão de Moscovo de suspender a sua missão junto da NATO, bem como o encerramento da representação da Aliança Atlântica em Moscovo, após a retirada de credenciais a oito diplomatas russos por alegada espionagem.

Nos últimos meses, Stoltenberg manifestou por diversas vezes a Moscovo a sua disponibilidade para retomar o diálogo no seio do Conselho NATO/Rússia, órgão de cooperação criado em 2002, atualmente suspenso devido ao conflito na Ucrânia.

Antes, nos dias 09 e 10, os Estados Unidos (membro da NATO) e a Rússia vão reunir-se em Genebra (Suíça) para debater as questões da Ucrânia e de controlo do armamento nuclear.

Os Presidentes norte-americano e russo, Joe Biden e Vladimir Putin, respetivamente, falaram duas vezes durante o último mês.

No dia 13 de janeiro, decorrerá outro encontro sobre o mesmo tema, desta vez entre a Rússia e a Organização para a Segurança e Cooperação da Europa (OSCE), da qual também fazem parte os Estados Unidos.

Há mais de um mês que os países ocidentais acusam Moscovo de ter concentrado importantes forças na fronteira ucraniana, e alegam que têm em vista uma possível intervenção contra Kiev.

Moscovo negou qualquer intenção bélica e afirmou sentir-se ameaçado "pelas provocações" de Kiev e da NATO e exigiu que a Aliança Atlântica se comprometa a não estender a presença no espaço da antiga União Soviética.

A 25 de dezembro, Moscovo indicou que mais de dez mil militares russos tinham regressado às bases, depois de um mês de exercícios no sul da Rússia, nomeadamente perto da fronteira ucraniana.

Dois dias depois, a Rússia advertiu que as "provocações" da NATO, que acusou de aumentar consideravelmente a sua presença junto às fronteiras russas em 2021, podem levar num conflito militar.

"Recentemente, a Aliança Atlântica passou à prática das provocações diretas, o que envolve um elevado risco de escalada num conflito militar", declarou Alexandr Fomin, vice-ministro da Defesa russo, durante uma reunião com adidos militares e representantes de embaixadas estrangeiras.

A 26 do mesmo mês, o Presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que irá ponderar várias opções se o Ocidente não responder à sua proposta de garantias de segurança, através da assinatura de tratados que previnam um futuro alargamento da Aliança Atlântica em direção a leste, em particular à Ucrânia e Geórgia.