Mundo

NATO insiste na disponibilidade em negociar com a Rússia

None
FOTO EPA/STEPHANIE LECOCQ

O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, insistiu ontem que a aliança militar ocidental fará "o necessário" para garantir a segurança face ao reforço militar russo junto às fronteiras da Ucrânia, mas mantendo-se em simultâneo "aberta ao diálogo" com Moscovo.

"Continuamos a avaliar as implicações para a nossa segurança e faremos o que seja necessário para garantir a segurança e defesa de todos os aliados da NATO, enquanto permanecemos abertos ao diálogo", indicou Stoltenberg na sua conta pessoal no Twitter.

O político norueguês emitiu estes comentários após ter abordado o aumento das tropas e armamento russo junto à Ucrânia com o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, a chefe da diplomacia alemã, Annalena Baerbock, e o ministro da Defesa britânico, Ben Wallace, segundo informou.

Na terça-feira, o secretário-geral da Aliança assegurou estarem preparados para manter um "significativo diálogo" com a Rússia, e que tem a intenção de convocar uma nova reunião do Conselho NATO-Rússia o mais rapidamente possível a partir do próximo ano.

O contacto entre as partes deteriorou-se após a NATO ter retirado a acreditação aos diplomatas da missão russa na Aliança, acusados de "espionagem", com Moscovo a responder com o encerramento das delegações da organização no seu país.

NA semana passada, a Rússia propôs à NATO a assinatura de um acordo de garantias de segurança que previna a adesão à organização de países provenientes da ex-União Soviética.

Moscovo também exortou os aliados a desistirem de toda a atividade militar junto às suas fronteiras, desde a Europa de leste ao Cáucaso e Ásia Central.

O acordo incluiu sugestões sem precedentes, como a retirada de tropas e armamento deslocados desde a assinatura em 1977 do acordo que regula as suas relações, e que implicaria a saída das forças aliadas da Polónia e das três repúblicas do Báltico, membros da NATO desde 2004.

Stoltenberg assegurou que a Aliança não comprometerá o direito de qualquer país, incluindo a Ucrânia, de decidir sobre a sua adesão à organização militar aliada, nem prescindirá do princípio da defesa coletiva.