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Reino Unido endurecerá leis para permitir sanções contra a Rússia

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A ministra dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido, Liz Truss, declarou hoje que o Governo britânico modificará a legislação esta semana para facilitar a imposição de sanções contra interesses russos se Moscovo lançar um ataque contra a Ucrânia.

Liz Truss explicou, numa entrevista ao canal de televisão Sky News, que as leis atuais só permitem ao Executivo ordenar sanções contra indivíduos e empresas "envolvidos diretamente na desestabilização da Ucrânia".

As mudanças permitirão que Londres puna qualquer pessoa ou empresa considerada de "interesse para o Kremlin".

Truss, que defendeu uma solução diplomática para as tensões na Europa Oriental, visitará a Ucrânia esta semana e planeia viajar a Moscovo na semana seguinte.

"A principal razão que impedirá (o Presidente russo) Vladimir Putin de agir é que entenda os custos dessa ação", disse a ministra dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido.

O Governo britânico anunciou na noite de sábado que vai propor à NATO esta semana um aumento da contribuição britânica para a missão no Leste Europeu.

Truss detalhou hoje que os seus planos são aumentar suas tropas na Estónia, onde o Reino Unido tem atualmente cerca de 900 soldados.

Truss também é a favor da paralisação do gasoduto Nord Stream II, que liga a Rússia à Alemanha, no caso de Moscovo ordenar a invasão da Ucrânia.

A ministra garantiu que não descarta "absolutamente nada" nos esforços do Reino Unido para apoiar a Ucrânia, embora tenha admitido que é "muito improvável" que envie tropas para o terreno.

Liz Truss enfatizou que Londres ajudou a treinar mais de 20.000 soldados ucranianos, enviou mísseis antitanque e outras "armas defensivas" para Kiev, colaborou com a marinha ucraniana e tomou medidas para que a Ucrânia se mova em direção à "independência energética".

As tensões entre a Rússia e os Estados Unidos e os seus aliados da NATO aumentaram depois de Moscovo ter deslocado mais de 100.000 soldados ao longo da fronteira com a Ucrânia.

A Rússia negou essa intenção de invasão, mas disse sentir-se ameaçada pela expansão de 20 anos da NATO ao Leste europeu e pelo apoio ocidental à Ucrânia.

A região ucraniana da Crimeia foi anexada pela Rússia em 2014.

A Ucrânia está envolvida numa guerra com separatistas pró-russos na região industrial do Donbass, no Leste do país, desde 2014, que diz ser fomentada e apoiada militarmente por Moscovo.

Na sequência do conflito, Rússia, Ucrânia, Alemanha e França criaram uma plataforma de diálogo conhecida por Formato Normandia, mas os líderes dos quatro países não se reúnem desde 2019.

Conselheiros políticos dos quatros líderes reuniram-se na quarta-feira, em Paris, e marcaram um próximo encontro para fevereiro, em Berlim, mas não discutiram a realização de uma nova cimeira, que tem sido sugerida pelo Presidente da Ucrânia.