Oposição democrática

A minha candidatura em marcha para o Congresso à liderança do PS, com base na Moção Alternativa Democrática e Social, pela Nossa Madeira, decorre de uma decisão da Comissão Regional, que a marcou, sabendo a Comissão que havia eleições a 30 de janeiro.

Sérgio Gonçalves afirmou, publicamente, que teria em conta que havia as eleições de 30 de outubro.

Ora eu devo dizer que ao serviço da minha candidatura não tenho nem quero as estruturas do partido, nem os funcionários do partido, nem nada que não tenha de estar ao serviço da pluralidade do partido.

Não só não tenho meios logísticos do partido, como ainda tenho de arcar com atitudes hostis e ilegítimas, juridicamente passíveis de fazer acionar os meios previstos na lei e na Constituição de quem devia zelar pela imparcialidade e estar ao serviço das candidaturas e do processo eleitoral.

Se a minha candidatura for até ao fim, ela derivará do esforço dos militantes que, heroicamente, resistem a pressões inadmissíveis de quem devia ser neutro quanto aos protocandidatos.

Se não chegar ao Congresso, atribuo essa triste circunstância, por um lado, ao incumprimento do seu dever de apoio logístico em igualdade de circunstâncias por parte da COC e ao silêncio de responsáveis que deviam zelar pela regular funcionamento de todas o partido, isto é, da Democracia interna.

A minha candidatura representa a Oposição democrática no interior do partido. Não desisto nem me resigno. Se não for não é porque não quero, mas porque me foram cassados todos os meios a que um militante tem direito quando anuncia que pretende abrir um processo de candidatura, como está previsto nos estatutos.

O que eu não faço é o discurso farisaico de me afirmar contido e querer exclusivamente para mim os meios que deviam estar ao serviço de todos.

A minha candidatura é a candidatura da Oposição Democrática à candidatura do regime.

Miguel Fonseca