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Bolsonaro diz que "minoria" que protestou contra o seu Governo é "digna de dó"

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Foto EPA

O Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, afirmou esta segunda-feira que os manifestantes que saíram às ruas no domingo contra o seu Governo são uma "minoria" "digna de dó" que não o conseguirão tirar do poder "de jeito nenhum".

"A maioria da população é de bem. Essa minoria que é contra e foram às ruas ontem [domingo] são dignos de dó, de pena", disse o chefe de Estado a apoiantes à saída do Palácio da Alvorada, a sua residência oficial em Brasília.

Bolsonaro afirmou ainda que manifestantes citaram a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, para tentar atingi-lo pessoalmente nos protestos que decorreram em São Paulo.

"É sinal de que não têm razão, perderam a noção da realidade e vão para questões pessoais da família da gente. Não vão me tirar daqui com isso, mas de jeito nenhum, de jeito nenhum", acrescentou.

A destituição de Jair Bolsonaro foi a principal bandeira dos protestos realizados no domingo em várias cidades do país, cinco dias após as mobilizações a favor do líder de extrema-direita.

A marcha foi convocada pelos movimentos de centro e direita, que em 2016 mobilizaram milhões de pessoas em todo o Brasil para pressionar a abertura de um processo político com vista ao afastamento da então Presidente, Dilma Rousseff, do Partido dos Trabalhadores (PT).

Contudo, os protestos deste domingo tiveram menos adesão do que os convocados pela extrema-direita, devido, em parte, à divisão da oposição.

Políticos de direita e esquerda participaram na marcha, mas a manifestação não teve o apoio do Partido dos Trabalhadores do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, principal rival político de Bolsonaro e contra quem também se ouviram críticas durante o protesto.

Na manhã de segunda-feira, Jair Bolsonaro voltou a alertar sobre o suposto perigo do Brasil seguir o caminho de países como a Venezuela e Argentina caso a esquerda vença as eleições e citou o que chamou da "parábola do sapo fervido" ao criticar países que concederam benefícios sociais para a população.

"O sapo lá dentro começa a ficar numa boa, cheio de projetos sociais, não precisa trabalhar mais. Quando você vê, a água ferveu demais, o sapo está relaxado, não tem mais força para sair da panela, ele vai virar sopa. É assim que começam os regimes de exceção e terminam da forma mais trágica possível como o da Venezuela. Como está indo, espero que mude, a nossa Argentina. O Chile começa a dar demonstração que essa parábola tem que ser levada em conta", disse.

"Essa história não tem final diferente. Todos os finais são iguais. Se o Brasil tiver um caos, uma convulsão social, não vai ser diferente da Venezuela, de Angola e que está acontecendo em outros países também", afirmou o mandatário.