Eleições Autárquicas Madeira

"O que importa é que eles [políticos] façam o seu trabalho"

Nesta 'Volta à Ilha' fique a conhecer mais sobre a freguesia de Santa Cruz

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Em Santa Cruz, no concelho que viu nascer o Movimento Juntos Pelo Povo, em 2009, agora partido político, há coisas boas que se apontam à governação de Filipe Sousa, mas também há problemas, alguns de longa data, que carecem de solução. E politiquices à parte, para os fregueses o que importa é responder às situações, o que vai além da época eleitoral.

“Eu nunca me importei com política. O que a mim importa é que eles [políticos] façam o seu trabalho. Eu faço o meu, que é pagar os meus impostos”, diz José Sousa, comerciante, que aponta como necessidade uma solução para o estacionamento automóvel no centro da freguesia. “Há dias que isto fica um caos… Para mim tem de haver mais fiscalização”, sobretudo na zona da frente-mar, que concentra muitos serviços. “Ali para a zona da farmácia e do mercado não há quem se mexa…”

Para Márcio Abreu, que há muitos anos lida com os vendedores que estão no mercado municipal, falta uma atenção especial aos pequenos empresários e dá o exemplo do preço a que é vendido o pescado, no mercado e em comparação com as grandes superfícies. “Não admira que o cliente prefira comprar nas grandes superfícies”, lamenta, considerando que essa preferência é má para quem faz negócio naquele espaço. “Isto são pessoas que pagam as suas contas e têm famílias para sustentar”.

“Há falta de publicidade, há coisas que deviam ser melhoradas, tanto nas barracas, como pode ver, como aqui no peixe. Não há nenhum cartaz com as espécies que temos aqui na Madeira, que era essencial para o consumidor saber o que tem e não tem. Isto [mercado municipal] precisava de mais atenção”, denuncia, sublinhando que compete aos políticos, seja das câmaras, seja das juntas, avaliarem os espaços que gerem.

“Olhe, eu gosto do que o senhor Filipe [o presidente] tem feito nos jardins. Gosto de ver isto cheio de flores”, refere Maria Gouveia, que vive no centro da freguesia, ainda que seja natural do concelho do Funchal. “Também estive na Venezuela, mas depois vim para Santa Cruz para viver com a minha filha. Eu gosto disto aqui porque faço as minhas voltas todas a pé”.

Mas para quem quer se deslocar para o centro da freguesia, para tratar dos mais variados assuntos, volta à baila a questão dos transportes públicos. “Para quem vive no centro é bom, mas para quem vive mais longe não é assim tão fácil”, observa Manuel Sousa, que muitas vezes tem de recorrer ao serviço de táxi. “É um bocado caro, mas nem sempre há autocarros”, ainda que, admita, Santa Cruz não seja dos piores locais.