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Bruxelas prevê crescimento de 4,8% do PIB da zona euro este ano

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A Comissão Europeia reviu hoje em alta o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da zona euro, prevendo uma subida de 4,8% este ano e de 4,5% em 2022, regressando a economia europeia ao nível pré-crise já em 2021.

Nas previsões intercalares de Verão, hoje divulgadas, o executivo comunitário projecta subidas da mesma ordem para o PIB da zona euro e para o conjunto da União Europeia (UE), justificando que, em 2021, "a recuperação [de 4,8%] beneficia do substancial efeito de prolongamento do ano anterior, da forte retoma do consumo privado, bem como do impacto do Mecanismo de Recuperação e Resiliência a partir do segundo semestre do ano".

O efeito de retoma prolongada também se aplica ao próximo ano, para quando a Comissão Europeia prevê um crescimento do PIB de 4,5% na zona euro e na UE.

Estes valores comparam com subidas de 4,3% na zona euro e de 4,2% na União, e de 4,4% em ambas em 2022, anteriormente apontadas nas previsões macroeconómicas da Primavera, divulgadas em Maio passado, registando-se uma ligeira melhoria.

Também mais optimista é a estimativa do executivo comunitário quanto ao regresso aos níveis da economia antes da crise gerada pela covid-19, estimando agora a instituição que "o PIB regresse ao seu nível pré-crise no último trimestre de 2021, tanto na UE como na zona euro".

"Para a zona euro, isto é um trimestre mais cedo do que o esperado nas previsões da Primavera", realça Bruxelas.

As previsões hoje divulgadas surgem numa altura em que a pandemia da covid-19 ainda está presente e avança no espaço comunitário, mas em que os primeiros fundos do pacote de recuperação estão prestes a chegar aos Estados-membros da UE.

Certo é que, apesar de a Europa estar a tentar recuperar alguma 'normalidade' aliviando restrições face à progressão da campanha de vacinação, a estirpe Delta do SARS CoV-2 suscita inquietações, já em plena época turística.

Ao mesmo tempo, os países estão prestes a receber os primeiros desembolsos do fundo de recuperação acordado há cerca de um ano pelos líderes europeus para superar a crise provocada pela pandemia, relativos ao Mecanismo de Recuperação e Resiliência de 672,5 mil milhões de euros (a preços de 2018).

"A melhoria da situação sanitária e a consequente flexibilização contínua das medidas de contenção para o vírus estão a colocar as economias da UE de novo em movimento. As perspectivas a curto prazo para a economia europeia são mais positivas do que o esperado na Primavera", aponta o executivo comunitário no documento hoje divulgado.

Segundo Bruxelas, "a incerteza e os riscos em torno das perspectivas de crescimento são elevados, mas permanecem globalmente equilibrados".

Ainda assim, "a propagação e o aparecimento de variantes preocupantes colocam em evidência a importância de um maior aumento rápido da vacinação total", alerta a instituição, numa altura em que quase 62% dos adultos europeus recebeu pelo menos uma dose da vacina e que mais de 40% estão totalmente inoculados.

Além da recuperação do consumo privado, Bruxelas fala em "indícios de uma retoma inicial da actividade turística, que deverá também beneficiar do novo Certificado Digital Covid-19 da UE", o comprovativo de recuperação, testagem ou vacinação que entrou em vigor na passada quinta-feira para facilitar viagens no espaço comunitário este Verão.

No que toca à inflação, outro indicador considerado nestas previsões, a previsão foi também revista em alta para subidas de 1,9% este ano e de 1,4% em 2022 na zona euro e de 2,2% em 2021 e 1,6% no ano seguinte na UE.

Isto deve-se ao "aumento dos preços da energia e das mercadorias, estrangulamentos de produção devido à escassez de alguns componentes de entrada e matérias-primas e restrições de capacidade face a uma procura crescente, tanto na Europa como no estrangeiro", adianta Bruxelas.