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A arte de calafate é para Rigo “das manifestações estéticas mais bonitas”

Autor da obra escultórica ‘Coroa do Ilhéu’ encontrou motivação nas memórias de infância

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A obra escultórica ‘Coroa do Ilhéu’, uma embarcação ‘xavelha’ com pescador ao leme, hoje inaugurada no Ilhéu de Câmara de Lobos é “o resultado do esforço de muitas entidades e muitas pessoas”, salientou o artista plástico Rigo (ou Rigo 23), autor da obra.

Orgulhoso pela escultura que evoca a memória do bairro de pescadores, que ali existiu por mais de meio século, Rigo revelou que foi buscar a motivação às memórias de infância e da construção de barcos no calhau da baía de Câmara de Lobos que considera “das manifestações estéticas mais bonitas”.

Erguida onde outrora existiu um “bairro de pescadores”, diz que a ‘Coroa do Ilhéu’ visa também “dar mais visibilidade a essa presença que existiu”, e por isso, “dedicou a obra à comunidade a que ela pertence”.

Com papel muito relevante na execução da embarcação ‘xavelha’, Jorge Oliveira, o mestre calafate, popularmente conhecido por ‘Bailinha’, agradeceu a colaboração de todos quantos estiveram envolvidos, mas em particular, a confiança manifestada por Rigo.

“Demorou, mas conseguimos”, suspirou. Mas também disse que “quando tudo corre bem, alguma coisa se passa mal”. Na intervenção imprevista, mestre Bailinha não deixou de enaltecer a obra escultórica do homem do leme criada por Rigo: “O homem do leme está top”, afirmou.

Pedro Coelho, presidente da Câmara Municipal de Câmara de Lobos também distribuiu agradecimentos, em particular “à pessoa que teve a ideia” de criar a nova atractividade no Ilhéu de Câmara de Lobos, referindo-se a Miguel Albuquerque.

O autarca subscreve que que a obra “retrata o povo de Câmara de Lobos e sobretudo a sua classe piscatória”, ao lembrar que naquele ‘planalto verde’ que é agora o Jardim do Ilhéu, outrora ali vivia muita gente, sobretudo ligada ao mar.

Recordou que o mestre calafate ‘Bailinha’ foi quem construiu “a Nau Santa Maria [de Colombo]”, embarcação emblemática nas viagens marítimo-turísticas. De resto, expressou lamento que arte calafate “infelizmente vai desaparecendo”.