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Quarta vaga no fim de Julho em França "é uma possibilidade"

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O porta-voz do Governo francês, Gabriel Attal, disse hoje que uma quarta vaga da pandemia de covid-19 no final de julho "é uma possibilidade", confirmando um alerta do ministro da Saúde, devido à rápida propagação da contagiosa variante Delta.

"Desde há pouco menos de uma semana, a epidemia está a recuperar terreno: a variante Delta, que é particularmente contagiosa, particularmente preocupante, está a ganhar terreno muito rapidamente", declarou o porta-voz à estação de rádio France Inter.

"Está a duplicar quase todas as semanas, hoje estamos com mais de 30% dos contágios ligados à variante Delta e temos exemplos à nossa volta que mostram que esta situação pode ser os primeiros sinais do reinício da epidemia", acrescentou.

Inquirido sobre o risco de uma quarta vaga a partir do fim de julho, Attal respondeu que "é uma possibilidade", mas "não uma fatalidade".

"[Porque agora] temos um trunfo para impedir que uma nova vaga esgote os nossos hospitais: a vacinação", frisou.

"[Mas] assistimos, no Reino Unido, a uma explosão [do número de casos] que aconteceu muito rapidamente após os primeiros sinais de alerta, e podemos considerar que esses sinais, estamos agora a vê-los no nosso país", advertiu.

Por seu lado, o Instituto Pasteur alertou, a 29 de junho, para uma possível quarta vaga, mas bastante mais tarde, no outono, se o ritmo atual de vacinação se mantivesse.

"O exemplo inglês mostra que é possível uma vaga a partir do final de julho. Podemos controlá-la reduzindo o seu impacto na saúde: máscaras, vacina, testar/alertar/proteger", escreveu o ministro da Saúde, Olivier Véran, no domingo à noite na rede social Twitter, apelando a uma "ainda maior velocidade" na vacinação.

Desde o início da campanha de vacinação em França, mais de 34,5 milhões de pessoas levaram já as duas doses (36,2% da população), de acordo com números oficiais.

No domingo, foi divulgada a informação de 2.549 novos casos de covid-19 registados nas anteriores 24 horas, mantendo-se baixo a taxa de positivos, em 0,8%, nos últimos sete dias.

Os hospitais tinham no domingo ao seu cuidado 7.913 doentes com covid-19, 1.104 dos quais em unidades de cuidados intensivos.

No total, mais de 111.000 pessoas morreram em consequência da pandemia em França.

O primeiro-ministro, Jean Castex, consultará esta semana os líderes do parlamento e as autoridades locais para discutir, entre outras questões, a vacinação obrigatória dos cuidadores.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 3.980.935 mortos em todo o mundo, resultantes de mais de 183,7 milhões de casos de infeção pelo novo coronavírus, segundo o mais recente balanço feito pela agência noticiosa francesa AFP.

Em Portugal, morreram desde o início da pandemia, em março de 2020, 17.117 pessoas e foram registados 890.571 casos de infeção, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, a Índia e a África do Sul.