Rui Rebelo

Partiu o meu amigo e companheiro de grande parte da minha vida. Uma vaga que nunca será preenchida. Com a mesma idade, colegas até ao último ano do mesmo curso universitário em Lisboa, partilhando o mesmo apartamento na capital que juntos fomos descobrindo. Criámos as nossas cumplicidades e conhecemo-nos mutuamente como a mais ninguém. Rui Rebelo era sério, competente e preparado para qualquer desempenho de responsabilidade. Não admira ter sido convidado para múltiplas funções, nomeadamente para o governo regional. Mas não queria nem precisava de palco. Liderou a Empresa de Electricidade da Madeira com tanta discrição como dedicação. Não foi “boy for the job”. Bastou-lhe o currículo académico e experiência profissional. Sempre o melhor entre os melhores. Autonomista convicto vivemos juntos a revolução de Abril e os primeiros passos da experiência autonómica. Sempre com grande cumplicidade. Era fácil estarmos de acordo. Só se podia gostar do Rui. Foi o nosso melhor guarda-redes, com a “pouca sorte” de ser do União. Auto-disciplinado e com uma educação irrepreensível que o distinguia e todos admiravam. Sofreu imenso nesta recta final. Lamento profundamente este desfecho fatal. Afinal, todos voltamos a nos encontrar. E a saudade já é grande. Sem dúvida que só se podia gostar do Rui.

Miguel de Sousa